“És semelhante a nós.” (Isaías 14.10)
Qual será a vergonha desse infeliz naquele último dia, quando as multidões estiverem reunidas na presença de Deus e o apóstata for desmascarado? Vejam os profanos e pecadores, que nunca professaram religião, levantando-se de suas camas de fogo, a fim de apontar para ele. “Aqui está ele”, diz um, “pregará o evangelho no inferno?” Outro diz: “Ele me repreendeu por amaldiçoar e ele mesmo era um hipócrita!” “Aha!”, diz um outro, “aqui vem um cantor dos salmos, que nunca faltava às reuniões; ele, que se gabava de sua certeza de vida eterna, e aqui está ele!” Jamais se verá maior prontidão entre os atormentadores satânicos do que a que demonstrarão no dia em que os demônios arrastarem a alma dos hipócritas à perdição eterna. John Bunyan retratou este fato com excelência de poesia, compacta mas terrível, quando falou sobre o caminho para o inferno. Sete demônios amarram o infeliz com nove cordas, arrastam-no do caminho que conduz ao céu, o qual ele professava estar seguindo, e lançam-no pelas portas do inferno.
Leitor, pense sobre este caminho para o inferno. “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (2 Coríntios 13.5). Considere bem o seu próprio estado e certifique-se de estar em Cristo ou não. A coisa mais fácil do mundo é proferirmos um veredito tranquilizante quando nosso próprio “eu” está sendo investigado, mas seja justo e verdadeiro nesta questão. Seja justo para com todos, mas, rigoroso em relação a você mesmo. Lembre: se você não tiver construído sobre a rocha, quando a casa ruir, grande será a sua queda (ver Mateus 7.27)! Que o Senhor lhe dê sinceridade, constância e firmeza; que em tempo algum, não importando quão difícil seja, não se afaste do Senhor.