ANO NOVO VIDA NOVA

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Quando um novo ano se inicia, tem-se a ideia de que algo diferente vai acontecer.
As pessoas são tomadas pela esperança de que as coisas vão melhorar.
Alguns deixam para tomar certas decisões no período que está por vir.
Outros o iniciam fazendo listas daquilo que gostariam de fazer e nunca fazem.
Essas listinhas acabam se repetindo e, na maioria das vezes, nada acontece.
Fica valendo a máxima _Ano Novo, vida nova.
O que muda realmente é o número no calendário. E que peso colocamos nessa mudança!
Se recordarmos a chegada do ano 2000, quando muitos temiam pelo fim do mundo, fica mais fácil de entendermos isso. Essa história é tão antiga que o mesmo temor atingiu a Europa ao final do primeiro milênio _ano 1000.
Assim, espera-se que as transformações em nossas vidas ocorram externamente, como se fosse acontecer um milagre, quando, em verdade, elas devem partir de cada um de nós, com atitudes diferentes.
Isso faz lembrar da escola na vida das crianças. Há várias delas que vão sempre mal e que consideram que, no ano seguinte, só por terem mudado de série, depois de muito sufoco, as coisas serão diferentes. Doce engano.
Muitas vezes, são apoiadas pelos pais. Eles juram que na série que se inicia o filho irá se conscientizar da necessidade de estudar e tudo estará resolvido. Até compram uma escrivaninha nova para esse fim, com canetas das mais variadas cores.
A criança diz que fará todas as lições, estudará para todas as provas e que sua menor nota será sete. E eles vão acreditando e se enganando. O Ano Novo se torna velho e nada mudou. Bem...tem um ano se iniciando e, com certeza, esse será diferente. O garoto não estava tão maduro no período que acabou. Agora, sim. As coisas realmente vão andar nos trilhos.
Atitudes concretas
Situações assim acontecem sempre. Só que atitudes concretas, que levam às reais mudanças, são mais difíceis de se ver. Como, por exemplo, estabelecer uma rotina de estudo para a criança, com a supervisão dos pais. Ou então, procurar um profissional para poder ajudá-la, seja ele um professor particular ou um psicopedagogo. O que não dá é esperar um milagre ocorrer porque a série ou ano mudou.
Os problemas para serem resolvidos devem ser encarados de frente. Sempre considerando a realidade. Aí, então, atitudes devem ser tomadas para que a pessoa possa atingir o que almeja. Caso contrário, fica-se eternamente com um determinado problema.
No caso da criança que não vai bem na escola, essa questão se torna crônica. E acaba se estendendo para outros setores de sua vida. Pensa ser um fracassado e os outros também. Afinal, o ano muda e todos continuam na mesma.
O caso da escola foi apenas um exemplo. Há muitos outros, como: insatisfação no emprego, a questão da escolha profissional, a vida amorosa, a relação com os filhos...e tantas outras questões que dizem respeito à vida das pessoas. Sem contar aqueles que esperam algo muito diferente do ano que se inicia e que nem sabem o que é.
As pessoas sempre estão se propondo a mudar, mas raramente agem de acordo para que isso ocorra. O ano novo pode envolver uma nova vida. Porém, que ninguém espere que basta mudar o dígito no calendário. O importante é ir atrás do que queremos com ações direcionadas. Um bom ano a todos.

(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)

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