Evangelização — A missão máxima da Igreja |
A
igreja de Cristo não pode enclausurar-se dentro dos templos, mas deve cumprir a
sua missão por toda parte, onde estão os pecadores.
Mateus
28.19,20; Marcos 16.15-18.
INTRODUÇÃO
Evangelização:
É o esforço conjunto e contínuo da igreja para anunciar o evangelho de Cristo
aos pecadores.
O
progresso de uma igreja local não pode ser medido ou avaliado primeiramente por
suas atividades filantrópicas, educacionais e materiais. O progresso real de
uma igreja é avaliado por seu alcance evangelístico, juntamente com seus frutos
espirituais, como resultado da semeadura da Palavra de Deus. Todas as demais
atividades são importantes, mas a prioritária e incessante é a evangelização.
I.
DEFINIÇÃO DE TERMOS
Existem
três palavras interligadas na proclamação das Boas-Novas que merecem a nossa
atenção: evangelho, evangelismo e evangelização. Estas definem e explicam a
missão máxima da igreja na terra.
1.
Evangelho (Mc 16.15). Só entenderemos a importância da missão evangelizadora da
igreja compreendendo o significado de evangelho. O que é evangelho? No sentido
mais simples, o evangelho é definido como “boas-novas de salvação em Cristo”.
Noutras palavras, “evangelho” é o conteúdo da revelação de Deus, em Jesus como
Salvador e Senhor de todas as criaturas que o aceitam como seu Salvador
pessoal. Evangelho, portanto, é o conjunto das doutrinas da fé cristã que deve
ser anunciado a toda criatura.
2.
Evangelização. Mateus 28.19,20 apresenta o imperativo evangelístico de Cristo à
sua igreja, com quatro determinações verbais:
a) Ir. No sentido de mover-se ao encontro das pessoas, a fim de comunicar a mensagem salvífica do evangelho;
b) Fazer discípulos. Com o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidoras de Cristo;
c) Batizar. É o ato físico que confirma o novo discípulo pela sua confissão pública de que Jesus Cristo é o seu Salvador e Senhor;
d) Ensinar as doutrinas da Bíblia, com o objetivo de aperfeiçoar e preparar o discípulo para a sua jornada na vida cristã.
a) Ir. No sentido de mover-se ao encontro das pessoas, a fim de comunicar a mensagem salvífica do evangelho;
b) Fazer discípulos. Com o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidoras de Cristo;
c) Batizar. É o ato físico que confirma o novo discípulo pela sua confissão pública de que Jesus Cristo é o seu Salvador e Senhor;
d) Ensinar as doutrinas da Bíblia, com o objetivo de aperfeiçoar e preparar o discípulo para a sua jornada na vida cristã.
3.
Evangelismo. Possui um caráter técnico, pois se propõe a ensinar o cristão a
cumprir, de modo eficaz, a tarefa da evangelização. O evangelismo na igreja
local implica uma ação organizada e ativada pelos membros, para desenvolver
três ações necessárias à pessoa do evangelista: informação, persuasão e
integração do novo convertido.
Evangelho,
evangelização e evangelismo distinguem-se quanto à prática, mas possuem as
mesmas formações linguísticas. Evangelização é o anúncio da mensagem.
Evangelismo é a técnica de comunicação da mensagem.
II.
A BASE DA EVANGELIZAÇÃO
O
Pastor Guilhermo Cook, da Costa Rica, declarou num congresso de missões que a
tarefa da evangelização está firmada em três bases distintas: a base
cristológica, a ministerial e a sociológica.
1.
A base cristológica. É evidente que a mensagem que pregamos aos pecadores só
pode ser a mesma que Cristo pregou quando esteve na Terra. Jesus, ao iniciar o
seu ministério terreno, o fez a partir da cidade de Nazaré, quando entrou numa
sinagoga e levantou-se para ler a Escritura. Foi-lhe dado o livro do profeta
Isaías e, ao abri-lo, leu e explicou o texto de Isaías 61.1,2 (ver Lc 4.18,19).
Nesta Escritura, Cristo se identificou com a missão para a qual viera (Jo
1.14), mas não restringiu a mensagem e a missão evangelizadora para si, pois
outorgou-as a seus discípulos (Jo 20.21). Ora, o mesmo Espírito que ungiu a
Jesus para proclamar as boas-novas habita na Igreja para que ela dê
continuidade à proclamação da mensagem salvadora do evangelho de Cristo (Lc 24.49;
At 1.8; Rm 1.16).
2.
A base ministerial. No Antigo Testamento identificamos três ministérios
distintos: o sacerdotal, o real e o profético.
a) O sacerdote representava o povo diante de Deus, orando e intercedendo por ele no exercício do ministério no Tabernáculo ou no Templo;
b) O rei representava a Deus perante o povo, e simbolizava o domínio do divino sobre o humano;
c) O profeta era o intermediário entre Deus e o povo, comunicando a mensagem de amor e de juízo.
Quando Jesus se fez homem, exerceu esse tríplice ministério. Como rei, nasceu da linhagem real de Davi (Lc 1.32; Rm 1.3). Como sacerdote, foi declarado sacerdote de acordo com a ordem de Melquisedeque, e não segundo a levítica (Hb 7.11-17,21-27). Como profeta, Cristo foi identificado pela mensagem que pregava (Lc 4.18,19). Porém, o Senhor Jesus transferiu para a igreja esse tríplice ministério. A igreja é vinculada à linhagem real de Jesus, porque somos o seu corpo glorioso na terra (Ap 1.6; 1 Co 12.27). O sacerdócio da igreja é identificado pela sua presença no mundo como intermediária entre Deus e os homens. Exercemos esse ministério, cumprindo as responsabilidades sacerdotais: interceder e reconciliar o mundo com Deus (2 Co 5.18,19; Hb 2.17). E, por último, a igreja, ao anunciar a Cristo como Senhor e Salvador, cumpre o seu papel profético (1 Pe 2.9; At 1.8).
a) O sacerdote representava o povo diante de Deus, orando e intercedendo por ele no exercício do ministério no Tabernáculo ou no Templo;
b) O rei representava a Deus perante o povo, e simbolizava o domínio do divino sobre o humano;
c) O profeta era o intermediário entre Deus e o povo, comunicando a mensagem de amor e de juízo.
Quando Jesus se fez homem, exerceu esse tríplice ministério. Como rei, nasceu da linhagem real de Davi (Lc 1.32; Rm 1.3). Como sacerdote, foi declarado sacerdote de acordo com a ordem de Melquisedeque, e não segundo a levítica (Hb 7.11-17,21-27). Como profeta, Cristo foi identificado pela mensagem que pregava (Lc 4.18,19). Porém, o Senhor Jesus transferiu para a igreja esse tríplice ministério. A igreja é vinculada à linhagem real de Jesus, porque somos o seu corpo glorioso na terra (Ap 1.6; 1 Co 12.27). O sacerdócio da igreja é identificado pela sua presença no mundo como intermediária entre Deus e os homens. Exercemos esse ministério, cumprindo as responsabilidades sacerdotais: interceder e reconciliar o mundo com Deus (2 Co 5.18,19; Hb 2.17). E, por último, a igreja, ao anunciar a Cristo como Senhor e Salvador, cumpre o seu papel profético (1 Pe 2.9; At 1.8).
3.
A base sociológica. Em síntese, pessoas evangelizam pessoas, pois Jesus morreu
pelos pecadores. É sociológica porque a igreja emprega os meios da comunicação
pessoal para persuadir os indivíduos de que Jesus é o Salvador; e porque a
mensagem não se restringe a um grupo, mas tem por objetivo alcançar todas as
criaturas.
Os
três pilares, que alicerçam a evangelização - cristológico, ministerial e
sociológico - descrevem os fundamentos por meio dos quais as igrejas locais
realizam a missão evangelizadora.
III.
A EVANGELIZAÇÃO URBANA E A TRANSCULTURAL
1.
Evangelização urbana. Sem prescindir da evangelização nos meios rurais, é um
fato notório em nossos tempos que a vida urbana é uma realidade que desafia e
exige da igreja uma pronta e veemente atitude para alcançá-la. Existe um fluxo
migratório incontrolável de pessoas que deixam a vida rural e saem em busca de
melhores oportunidades nas grandes cidades. Muitos problemas sociais resultam
da desorganização da vida urbana, e a igreja deve estar preparada para
responder a esses dilemas.
Estratégias adequadas devem ser desenvolvidas para alcançar as pessoas. Os problemas típicos da vida urbana, tais quais a diversidade cultural, a marginalização social, o materialismo, a invasão das seitas e as tendências sociais, desafiam a igreja no sentido de, sem afetar a essência da mensagem do evangelho, demonstrar o poder da Palavra de Deus que transforma e dá esperança a todos (Rm 1.16).
Estratégias adequadas devem ser desenvolvidas para alcançar as pessoas. Os problemas típicos da vida urbana, tais quais a diversidade cultural, a marginalização social, o materialismo, a invasão das seitas e as tendências sociais, desafiam a igreja no sentido de, sem afetar a essência da mensagem do evangelho, demonstrar o poder da Palavra de Deus que transforma e dá esperança a todos (Rm 1.16).
2.
Evangelização transcultural. A evangelização transcultural começa na vida
urbana com as diferentes culturas vividas pelos seus habitantes. Porém, ela
avança quando requer dos missionários uma capacitação especial para alcançar as
pessoas. É preciso que o missionário tenha uma visão nítida de que a mensagem
do evangelho é global, pois o Cristianismo deve alcançar cada tribo, e língua,
e povo, e nação até as extremidades da terra (Is 49.6; At 13.47).
A
missão evangelizadora da igreja é local e global. Enquanto a evangelização
local é intracultural (dentro da cultura do evangelista), a global é
transcultural (fora da cultura do evangelista).
CONCLUSÃO
A
mensagem do evangelho deve ir a todas as extremidades da Terra, porque a
salvação que Cristo consumou no Calvário visa a toda a humanidade. A igreja não
pode negligenciar sua missão principal: alcançar todos os povos com a mensagem
do evangelho.
VOCABULÁRIO
Cristológico:
Relativo a Cristo; fundamentado em Cristo.
Filantrópico: Relativo à filantropia; amor à humanidade; obras de caridade.
Imperativo: Que ordena, ou exprime uma ordem.
Migração: Mudar periodicamente, ou passar de uma região para outra.
Prescindir: Renunciar; abrir mão de; dispensar.
Filantrópico: Relativo à filantropia; amor à humanidade; obras de caridade.
Imperativo: Que ordena, ou exprime uma ordem.
Migração: Mudar periodicamente, ou passar de uma região para outra.
Prescindir: Renunciar; abrir mão de; dispensar.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
COLEMAN,
R. Plano mestre de evangelismo pessoal. RJ: CPAD, 2001.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Devocional
“Renovando
e Alcançando Pessoas
Precisamos começar perguntando mais uma vez: Qual a nossa missão como igreja? A resposta está em reconhecer que somos o corpo de Cristo. Portanto, devíamos estar fazendo o que Ele fez na terra. A evangelização do mundo, portanto, tem de ser a missão, o objetivo norteador da Igreja, pois era a meta central de nosso Senhor — a única razão pela qual o Filho eterno, despojando-se de suas vestes de glória, assumiu nossa forma. Ele veio para ‘buscar e salvar o que se havia perdido’ (Lc 19.10) — ‘não veio para ser servido, mas para servir; e para dar a sua vida em resgate de muitos’ (Mt 20.28).
Uma senhora, num grupo de turistas que visitava o Mosteiro de Westminster, pinçou exatamente o problema. Voltando-se para o guia, perguntou-lhe: ‘Moço, moço! Pare um pouco essa conversa, e me responda: será que alguém foi salvo aqui por esses dias?’.
Um estranho silêncio recaiu sobre o grupo de turistas assustados e, quem sabe, já embaraçados. Salvo no Mosteiro de Westminster? Por que não? Não é essa a função da igreja? Uma igreja que esteja descobrindo o entusiasmo do avivamento saberá disso, e estará em atividade, procurando ganhar os perdidos. O avivamento e a evangelização, embora diferentes quanto à natureza, brotam da mesma fonte e fluem juntos. Uma igreja que não sai para o mundo anunciando as verdades do reino não reconheceria o avivamento, mesmo que este viesse”.
(COLEMAN, R. Como avivar a sua igreja. 15.ed., RJ: CPAD, 2005, p. 87-88.)
Precisamos começar perguntando mais uma vez: Qual a nossa missão como igreja? A resposta está em reconhecer que somos o corpo de Cristo. Portanto, devíamos estar fazendo o que Ele fez na terra. A evangelização do mundo, portanto, tem de ser a missão, o objetivo norteador da Igreja, pois era a meta central de nosso Senhor — a única razão pela qual o Filho eterno, despojando-se de suas vestes de glória, assumiu nossa forma. Ele veio para ‘buscar e salvar o que se havia perdido’ (Lc 19.10) — ‘não veio para ser servido, mas para servir; e para dar a sua vida em resgate de muitos’ (Mt 20.28).
Uma senhora, num grupo de turistas que visitava o Mosteiro de Westminster, pinçou exatamente o problema. Voltando-se para o guia, perguntou-lhe: ‘Moço, moço! Pare um pouco essa conversa, e me responda: será que alguém foi salvo aqui por esses dias?’.
Um estranho silêncio recaiu sobre o grupo de turistas assustados e, quem sabe, já embaraçados. Salvo no Mosteiro de Westminster? Por que não? Não é essa a função da igreja? Uma igreja que esteja descobrindo o entusiasmo do avivamento saberá disso, e estará em atividade, procurando ganhar os perdidos. O avivamento e a evangelização, embora diferentes quanto à natureza, brotam da mesma fonte e fluem juntos. Uma igreja que não sai para o mundo anunciando as verdades do reino não reconheceria o avivamento, mesmo que este viesse”.
(COLEMAN, R. Como avivar a sua igreja. 15.ed., RJ: CPAD, 2005, p. 87-88.)
APLICAÇÃO
PESSOAL
A
Igreja não foi edificada por Cristo para construir escolas, fundar hospitais ou
assumir cargos políticos, por mais dignas que sejam tais realizações, mas para
cumprir com o mandato de “ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda
criatura” (Mc 16.15). Quando os crentes prescindem da evangelização, não resta
mais nada a igreja do que ser uma associação religiosa em busca de privilégios
e reconhecimento social. Somente um poderoso reavivamento na vida dos crentes
será capaz de transformar uma igreja apática quanto à evangelização em uma
comunidade rediviva. Cada crente deve envolver-se com a evangelização dos
pecadores. Cada cristão deve ser uma fiel testemunha de Cristo.
Fonte: Lições Bíblicas, Elienai Cabral, CPAD.
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