Postado por
Abimael
às
11:32
segunda-feira, 29 de abril de 2019
SOFRER E SUPORTAR
“O amor tudo sofre, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.7). Quero me concentrar nos aspectos
“sofrer” e “suportar” do amor. Eles não são a mesma coisa, mas há uma estreita
ligação entre sofrer e suportar porque ser capaz de passar pelo sofrimento da
dor é importante para ser capaz de suportá-la. E se o amor vai ter que
“suportar” na vida cristã, o amor deve ser capaz de sofrer uma certa quantidade
de dor e desapontamento.
Acho que Paulo está falando sobre
a graça de Deus no dom do amor que nos possibilita lidar com o sofrimento. O
Novo Testamento fala muito sobre a realidade da dor e do sofrimento humanos, e
o sofrimento é algo que somos chamados a sofrer e exortados a suportar. Agora,
quando falamos sobre suportar, estamos falando de poder permanecer com algo que
geralmente é mais do que um período de tempo prolongado, mas certamente finito.
Nós distinguimos entre corridas de velocidade e corridas de resistência.
Diferentes habilidades e pontos fortes são necessários para correr os cem
metros rasos e para correr uma maratona de quarenta kilômetros. Mas ambas as
corridas têm um período de tempo definido e finito – uma pode durar cerca de
dez segundos, e a outra pode durar de duas a três horas. Quando a Escritura nos
fala sobre a realidade do sofrimento, sempre nos lembra que o sofrimento é por
um período determinado. E a promessa de Deus para o cristão é que não haverá
uma experiência eterna e implacável de dor para os remidos; antes, a promessa
garante um fim completo para todo sofrimento. Essa promessa para o futuro é
repetida várias vezes nas Escrituras para nos dar esperança, fortalecer nossa
determinação e nossa capacidade de sofrer e suportar a dor quando ela atinge
este mundo. A Palavra de Deus nos diz que o sofrimento ao qual somos chamados a
suportar neste mundo não é digno de ser comparado com a glória que aguarda os
santos no final da sua vida. Mas enquanto isso, toda a vida pode parecer uma
corrida de resistência.
Anos atrás, tive o privilégio de
visitar a casa de um ex-zagueiro do Miami Dolphins e conhecer sua esposa, que
estava morrendo de câncer. Foi um privilégio porque ela era uma mulher cristã
profundamente comprometida. Eu me sentei ao lado dela, ela olhou para mim, uma
única lágrima fluiu de seus olhos, e ela disse: “R.C., eu só não sei o quanto
mais eu posso aguentar. Isso chegou a um ponto que parece insuportável.”
Ela não estava reclamando ou
sendo amarga. Ela estava simplesmente cansada. Nós oramos juntos. Saí e vários
dias depois recebi o relatório de que ela havia falecido. Ela lutou o bom
combate pela fé, ela completou a corrida e manteve a fé. E sua dor acabou –
para sempre. Eu olho para a vida dela e me pergunto se eu poderia suportar esse
tipo de sofrimento demorado e prolongado sem me tornar alguém de quem fosse
absolutamente impossível estar por perto, sem me tornar amargo e irritado. Mas
é aqui que a coisa fica séria. Nós amaremos a Deus quando estivermos sofrendo,
quando a dor da nossa experiência for tão intensa
Dor e sofrimento tendem a corroer
não apenas o nosso amor, mas também a nossa fé, porque começamos a nos
perguntar se Deus nos ama e se ele é mesmo real. Perguntamos como, neste mundo,
ele pode deixar essa dor implacável tomar conta de nossas vidas. É por isso que
é tão importante manter nossa atenção na Palavra de Deus. Dizemos para não nos
surpreendermos quando o sofrimento vier em nossa direção. O Novo Testamento não
diz que o sofrimento pode ocorrer – diz que é uma certeza. Lembre-se do que
Paulo diz em 2Coríntios 11 quando ele fala sobre o que ele sofreu por causa do
evangelho: espancamentos, apedrejamentos, perigo de morte, naufrágios, dias e
noites no mar e constantemente sendo alvo de hostilidade humana. Por que ele
estava disposto a suportar essas coisas? Porque ele entendeu o propósito divino
para o sofrimento e a promessa divina não apenas de alívio do sofrimento, mas
da redenção do próprio sofrimento. Nesse ínterim entre a ressurreição e o
retorno de Cristo, os cristãos são chamados a participar das aflições de Cristo
(Cl 1.24). Ao sofrer e suportar a dor, andamos nos passos de Jesus para
espelhamos e refletirmos ele mesmo aos outros. Dor e sofrimento são
oportunidades para mostrar o amor que Deus tem derramado em nossos corações
Voltando para a esposa do
ex-zagueiro, poderíamos olhar para sua dor e dizer: “Aqui está uma mulher a
quem Deus não amava”. Ou poderíamos olhar para ela e dizer: “Aqui está uma
mulher a quem Deus amava tão profundamente ao ponto de confiar tal dor e
sofrimento a ela, sabendo que ela iria suportar”. Isso é grandeza real. Isso é
uma conquista real.
Um problema que temos em nossos
dias é a crença popular de que Deus nunca deseja dor ou sofrimento. Muitos
ensinam que, se você confia em Jesus, todos os seus problemas acabarão, e você
nunca terá que viver com privação, perseguição ou dor. As pessoas que dizem
tais coisas já leram o Novo Testamento? Apenas uma leitura superficial lhe diz
que, se você está em Cristo, sofrerá, será afligido, será perseguido. A vida
cristã é uma peregrinação cheia de dor, aflição e perseguição. E quanto mais
amamos a Deus, e quanto mais consistentes somos com o amor do qual o Apóstolo
fala em 1Coríntios 13, mais seremos odiados e perseguidos, e acharemos
necessário sofrer e suportar todas as coisas. Mas o que torna isso possível é o
amor.
Entre “sofrer” e “suportar”,
somos informados de que o amor “tudo crê, tudo espera”. É somente quando
acreditamos na Palavra de Deus e temos confiança em nosso futuro que podemos
sofrer e suportar.
Postado por
Abimael
às
05:43
quinta-feira, 25 de abril de 2019
Eles não enxergaram
o Messias
O trecho abaixo foi extraído com permissão do livro Boas
Novas, de John MacArthur, Editora Fiel.
A Escritura deixa claro que os
judeus nutriam altas expectativas com relação ao Messias há muito esperado –
expectativas que Cristo não necessariamente preencheu num primeiro momento.
Eles tinham certeza que o Messias seria um homem – não um anjo, e também não
Deus – simplesmente um homem. E não apenas um homem qualquer, mas um filho de
Davi. Com base nas promessas da aliança de Deus com Davi, eles aguardavam o
herdeiro de Davi que estabeleceria o reino eterno. Eles esperavam que quando o
Messias viesse, seria um homem com tremenda autoridade e influência, que
assumiria o poder, destronaria os romanos e todos os inimigos de Israel, e
cumpriria instantaneamente todas as promessas de reino feitas a Abraão, Davi e
aos profetas. E ao fazer essas coisas, ele traria salvação plena a Israel.
Até mesmo os discípulos nutriam
tal expectativa. Lucas nos diz que eles criam que o Messias inauguraria o reino
(Atos 1.6). Mas o povo achava que ele seria apenas um homem, e um filho de
Davi. E nosso Senhor Jesus Cristo se utilizou dessas expectativas para levantar
a pergunta fundamental: seria o Messias meramente um homem?
É possível dividirmos essas
afirmações públicas finais de Jesus em categorias, pensemos em Lucas 20.41-44
como o convite final de Cristo. A despeito do ódio dos líderes, a despeito do
interesse instável da multidão descompromissada, Jesus ainda era um evangelista
misericordioso. Apenas alguns dias distante das agonias da cruz, mais uma vez
ele esclareceria quem ele é e chamaria pecadores arrependidos a crer.
No relato paralelo de Mateus
22.42, Jesus pergunta: “Que pensais vós
do Cristo? De quem é filho?” Ele direcionou tais palavras aos fariseus e
aos escribas, enquanto podia ser ouvido por todo o povo que ali estava. O mesmo
versículo contém a resposta deles: “De Davi”. Todos entendiam e esperavam um Messias
de linhagem real. Curiosamente, Mateus registra a pergunta com um artigo
definido: “Que pensais vós do Cristo?” (ênfase acrescentada). Naquele momento
Jesus não estava enfatizando a si mesmo. Estava simplesmente perguntando: “Como
é que vocês enxergam o Messias? De quem ele é filho?” E a resposta foi: “De
Davi”.
A compreensão deles parou aí.
Eles tinham uma concepção um tanto equivocada do Messias – eles esperavam que
ele fosse nada mais que um homem com direito adquirido ao trono de Israel. Não
era algo completamente herético ou blasfemo, mas era incompleto, e quando se
está tratando da pessoa e obra de Cristo, incompleto é igual a errado.
Qualquer judeu teria respondido à
pergunta relativa à identidade do Messias da mesma forma, pois é o que o Antigo
Testamento ensina em 2 Samuel 7, Salmo 89, Ezequiel 37, e em várias outras
passagens. De acordo com Mateus 9.27, “partindo
Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando: Tem compaixão de nós, Filho de
Davi!” Lucas retrata no capítulo 18 que mais tarde no ministério de Jesus,
enquanto passava por Jericó, ele encontrou outro cego. E o cego clamou: “Filho
de Davi, tem misericórdia de mim!” (Lucas 18.39). Mateus 12 declara: “Então,
lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar
e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?” (Mateus 12.22-23). Foi isso
que todos entenderam: que o Messias era um filho de Davi.
De fato, Zacarias, o pai de João
Batista, serve como boa ilustração disso. Quando Zacarias ouviu que a vinda do
Messias era iminente (porque Deus havia prometido dar a ele e à sua mulher
estéril – Isabel – um filho que seria o precursor do Messias), ele foi cheio do
Espírito Santo (Lucas 1.67) e profetizou:
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu
povo, e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo (vs.
68-69).
Visto que o Messias seria o filho
de Davi, a maneira mais óbvia que os líderes judaicos tinham à disposição para
desacreditar Jesus ou contestar suas afirmações de messianidade teria sido
retirar os registros do templo e mostrar que ele não havia nascido da linhagem
de Davi. Esteja certo que os fariseus e escribas pesquisaram e confirmaram esse
detalhe crucial. Mais à frente veremos que o Messias teria de vir antes que o
templo fosse destruído porque todos os registros do templo foram igualmente
destruídos, junto com o templo. Tais genealogias e a incontestável linhagem de
Cristo permanecem como testamentos da precisão do plano soberano de Deus.
Isso posto, a resposta dos
fariseus à pergunta de Cristo é precisa: “Ele é filho de Davi”. Mas a resposta
deles é inadequada e incompleta. Visando o restante da resposta, o Senhor Jesus
Cristo fez uma breve exposição do Antigo Testamento:
Como podem dizer que o Cristo é
filho de Davi? Visto como o próprio Davi afirma no livro dos Salmos: “Disse o
Senhor ao meu Senhor: ‘Assenta-te à minha direita,
Até que eu ponha os teus inimigos
por estrado dos teus pés’”. Assim, pois, Davi lhe chama Senhor, e como pode ser
ele seu filho? (Lucas 20.41-44).
Isso é absolutamente
surpreendente e brilhante. Nenhum pai que se preze jamais chamaria seu filho de
“Senhor”. Por que Davi está chamando seu filho de “Senhor”, Adonai, no Salmo
110.1?
Alguns comentaristas judeus
concluíram que Davi cometeu um erro, como se não devesse ter dito o que disse.
Mas Mateus 22.43 declara: “Como, pois, Davi, pelo Espírito, chama-lhe Senhor…?”
Outros críticos sugerem que Davi proferiu essas palavras em seu próprio
espírito humano. Mas Marcos 12.36 afirma: “O próprio Davi falou, pelo Espírito
Santo”. Quando Davi chamou o Messias de seu Senhor, foi por inspiração do
Espírito Santo.
Postado por
Abimael
às
06:54
terça-feira, 23 de abril de 2019
Igrejas liberais estão morrendo, mas as conservadoras crescem
Estudo mostra que crise teológica e moral resultou
em fechamento de igrejas
As igrejas protestantes mais antigas estão em apuros. Um relatório de 2015, feito pelo Centro de Pesquisa Pew, mostra que essas congregações, que no passado eram a maioria no cenário cristão, estão diminuindo rapidamente nos Estados Unidos. Perdendo quase um milhão de membros por ano.
Com menos fiéis, diminuíram as entradas
e com isso elas entraram em declínio. Dezenas de templos estão sendo fechados
anualmente.
Um número reduzido de líderes
denominacionais e pastores têm feito vários esforços para reverter essa
tendência e voltar a atrair pessoas à igreja. Quase 20 anos atrás o bispo
anglicano John Shelby Spong publicou o livro “Por Que o Cristianismo Precisa
Mudar ou Morrer.”
Spong, um teólogo liberal, ensinava que
só cresceriam as igrejas que abandonassem a interpretação literal da Bíblia e
se adaptassem às transformações sociais. Isso incluiria, por exemplo, a aceitar
o divórcio, o aborto e o casamento gay como “normais”. Ironicamente, o livro
era apresentado como um “antídoto” para o declínio das grandes denominações
evangélicas.
Segundo o The Washigton Post,
esse tipo de teologia defendido por Spong ainda é popular, em especial nas mais
tradicionais, como a Igreja Metodista Unida, a Igreja Evangélica Luterana, a
Igreja Presbiteriana dos EUA (PCUSA) e a Igreja Episcopal.
Após duas décadas, os números mostram
que essa mentalidade liberal não apenas foi incapaz de resolver o problema de
declínio na frequência, mas em alguns casos dividiu e enfraqueceu as
denominações.
Na Igreja Unida do Canadá, um
levantamento recente mostra que 20% dos pastores afirmaram não crer no Deus
descrito na Bíblia. Vinte e nove por cento acredita em Deus, mas não o vê como
“sobrenatural”. Pouco mais de 2% disseram ver Deus como uma “força” e 15,6%
percebem Deus como uma “metáfora”.
Entre
os presbiterianos, por exemplo, surgiu a Evangelical Covenant
of Presbyterians, que reúne hoje cerca de 300 igrejas que se
cansaram da agenda liberal da PCUSA.
Por outro lado, continuam com tendência
de crescimento as igrejas pentecostais e as que não negam a Bíblia como Palavra
de Deus.
A pesquisa
O
estudo conduzido pela Pew, chamado “Teologia importa: Comparando os traços de
crescimento e declínio em Igrejas Protestantes”, pode ser lido na íntegra aqui,
em inglês.
O diretor da pesquisa, David Haskell,
observou que o estudo aponta como as igrejas que estão crescendo “se mantém
firmes nas crenças tradicionais do cristianismo e são mais envolvidas em
práticas como oração e leitura da Bíblia”.
Haskell observou ainda que a confiança
sentida quando lhe é apresentado um conjunto de crenças coesas, acaba sendo
atraente para não crentes.
O ensino de doutrinas centrais,
consideradas verdades inalteráveis “faz com que os visitantes ganhem confiança.
Essa confiança, aliada a uma mensagem edificante, reconfortante ou claramente
positiva é uma combinação atraente”.
O estudo também encontrou uma
correlação entre o crescimento das igrejas e as práticas dos seus pastores.
Aqueles que declaram ler a Bíblia diariamente e consideram o evangelismo
“importante” conseguem manter um crescimento mais sólido.
Por exemplo, 71% dos líderes das
igrejas em crescimento liam a Bíblia diariamente, enquanto apenas 19% dos
pastores das igrejas que perdem membros têm esse hábito.
Além disso, 100% dos pastores
responsáveis pelas igrejas em ascensão dizem ser “muito importante encorajar os
não cristãos a se tornarem cristãos”, em comparação com os 50% do clero das
igrejas com declínio da membresia.
Outro aspecto da investigação foi como
o louvor influenciava o crescimento. As congregações que optam por um estilo de
adoração contemporâneo, com instrumentos musicais e cânticos, em média crescem
mais que as igrejas que optam apenas pelo um estilo “tradicional”, com órgão e
um coral.
O material confronta outros estudos
semelhantes publicados nos últimos anos mostrando que para as pessoas que
frequentam igrejas a teologia ensinada não era ‘relevante’.
Postado por
Abimael
às
06:14
Salvas para a santidade
O trecho abaixo foi retirado com
permissão do livro Renovadas, de Jen
Wilkin, Editora Fiel.
Eu esperaria que a primeira coisa na
qual deveríamos pensar em relação a Deus fosse algo incomunicável — algo típico
apenas do Todo-Poderoso —, mas não é. A santidade é um atributo de Deus que
podemos refletir. Reserve alguns instantes para se maravilhar com esse
pensamento.
A santidade permeia o chamado cristão
por inteiro. Está no cerne do evangelho. Não fomos apenas salvas da
depravação; somos salvas para a santidade. A conversão requer consagração.
A Bíblia apresenta a santidade como tendo sido dada
a nós e requerida de nós. E diz: “Em Cristo, vocês foram feitos santos. Agora,
sejam santos”.
Hebreus 10.10 nos assegura: “Nessa
vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus
Cristo, uma vez por todas”. Que verdade bendita! O sacrifício de Cristo nos
concede santidade posicional diante de Deus. No entanto, a Bíblia descreve
não apenas santidade posicional, mas também santidade prática. Mais uma vez, a
repetição serve como mestre. O Antigo Testamento fala da santidade com um tom
imperativo — e faz isso repetidas vezes: “Pois eu sou o SENHOR, o Deus de
vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem impuros
com qualquer animal que se move rente ao chão. Eu sou o SENHOR, que os tirou da
terra do Egito para ser o seu Deus; por isso, sejam santos, porque eu sou
santo” (Lv 11.44-45, NVI).
“Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam
santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo” (Lv 19.2, NVI)
“Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu
sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 20.7);
“Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo
e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).
Podemos ser tentadas a descartar
essas instruções como apenas mais uma parte estranha de um livro estranho do
Antigo Testamento, como algo que não se aplica mais àqueles que estão sob a
nova aliança. No entanto, o Novo Testamento encontra essas palavras ecoadas nos
lábios do próprio Jesus, no Sermão do Monte. Ele desconstrói as leis do Antigo
Testamento sobre homicídio, adultério, divórcio, juramento, retaliação e sobre
como tratar os inimigos, apontando para uma obediência mais profunda,
não apenas de atos externos, mas também de motivos internos. Aqui está a
justiça que excede a dos escribas e fariseus. Qual declaração ele escolhe para
concluir seu ponto de vista? “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o
vosso Pai celeste” (Mt 5.48).
Trata-se de uma declaração tão assustadora que nos
sentimos tentadas a achar que ele a emprega pelo valor do choque que causa.
Certamente é apenas Jesus empregando uma hipérbole. Mas isso não soa como
alguém sentado a seus pés na encosta de uma montanha teria ouvido. Uns trinta
anos mais tarde, Pedro escreve a um grupo de crentes recém-convertidos:
“Como filhos da obediência, não vos
amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo
contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós
mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pe 1.14-16).
Pedro repete o que foi repetido para
ele. Não se conformem com quem vocês eram. Sejam reformados para aquilo que
vocês devem ser. Sejam santos como Deus é santo.
Se você ainda estiver se perguntando
qual é a vontade de Deus para sua vida,
permita que o apóstolo Paulo remova qualquer vestígio de confusão:
“Pois esta é a vontade de Deus: a
vossa santificação […] porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim
para a santificação” (1Ts 4.3, 7).
Em termos simples, a vontade de Deus
para sua vida é que você seja santa. Que viva uma vida separada. Que, pelo
poder do Espírito Santo, você se esforce para ter total pureza de caráter (Hb
12.14). Toda admoestação contida na totalidade da Escritura reduz-se a isso.
Toda advertência, toda lei e todo encorajamento se curvam diante desse
propósito, que a tudo engloba. Toda história em todo canto de todo o livro da
Bíblia repete esse chamado. Sede santos, pois ele é santo.
Postado por
Abimael
às
10:40
segunda-feira, 22 de abril de 2019
ENCONTRANDO JESUS NAS
FESTAS DO ANTIGO TESTAMENTO
O pecado padrão da raça humana é
colocarmos a nós mesmos em primeiro lugar. “É tudo a respeito de mim!” foi um
slogan engraçado que vi numa camiseta. E se tornou agora a maneira de viver. A
menos que pregadores e mestres da Bíblia sejam cuidadosos, a maneira como
lidamos com a Escritura pode realmente alimentar esta besta. Apressamo-nos à
aplicação, consumidos por esta pergunta: “Como isto é relevante para mim?”
No entanto, a Bíblia é
teocêntrica, e não antropocêntrica. Ela está mais interessada em delinear os
caminhos de Deus – seu caráter, propósitos e plano redentor cósmico (“Porque
Deus amou o mundo de tal maneira”) do que em dar aos crentes modernos estímulos
que edificarão o caráter (“Sejam corajosos como Daniel; lidere como Neemias;
com a fé de Abraão”).
Temos de começar por lembrar a
narrativa abrangente da Escritura. A Bíblia é notável: 66 livros, dezenas de
autores humanos, 1.500 anos de elaboração, vários tipos de literatura. Mas sua
grande diversidade é mantida em união por um fio dourado, uma narrativa
singular em três movimentos – criação, queda e redenção. Esta narrativa
estabelece o contexto histórico crucial para a vinda de Jesus Cristo. Este
contexto histórico apresenta caracteres, estabelece relações e define
palavras-chave. Neste caso, o Antigo Testamento apresenta Jesus, define sua
obra como Messias e estabelece a estrutura teológica para entendermos a
redenção de Deus. Uma breve consideração de duas festas do Antigo Testamento é
ilustrativa. A primeira festa é a Páscoa, a festa familiar que se baseava no
êxodo. Algumas de suas características (o anjo da morte, sangue nas ombreiras,
uma refeição comida às pressas) são partes bem conhecidas da história. O
importante é que todas elas são sombras do Cristo vindouro.
Jesus ministrou em um contexto
judaico, observando a Páscoa com seus discípulos. Mas ele se esforçou por
mostrar que os costumes eram mais do que contexto; eles o definiam.
A Torá exigia que cordeiros
selecionados fossem colocados à exposição pública durante quatro dias (Êx
12.3-6), para certificar-se de que eram imaculados. Jesus, depois da entrada
triunfal, se apresentou a si mesmo no templo durante aquele período exato, para
cumprir aquele mesmo propósito. Ele se submeteu às provas realizadas pelos
fariseus, herodianos, saduceus e escribas (Mc 12.13), foi julgado diante do
Sinédrio e de Pilatos e comprovou ser imaculado.
“Este é o meu corpo” e “este
cálice é a nova aliança no meu sangue” são as sentenças-chave da Ceia do
Senhor, mas foram proferidas durante o Sêder Pascal. Os alimentos – e o verdadeiro
êxodo – se acham em Jesus.
A Páscoa era tanto uma festa
familiar como comunitária. O cordeiro escolhido “para a nação” era amarrado num
poste no pátio do templo às 9h da manhã, no dia da Páscoa, e imolado
publicamente às 3h da tarde. Assim também aconteceu com nosso Senhor – pregado
na cruz às 9h da manhã, ele morreu às 3h da tarde, assim como o animal de
quatro patas morria em liturgia que concluía: “Está terminado!”
Por que esses detalhes são
importantes? Porque o âmago da morte de Jesus – em contrário à teologia popular
egoísta – não é meramente quanta dor física ele suportou por mim. Antes, é o
que Deus realizou por meio da morte de Jesus. A resposta se acha nas figuras
envolvidas na Páscoa. A história da Páscoa (Êx 12.2) começa com estas estranhas
palavras: “Este mês vos será… o primeiro mês do ano”. Com a Páscoa, Deus
reformula o calendário dos judeus. A antiga vida deles como escravos estava
acabando, uma nova vida como filhos, começando. A morte de Jesus anunciou o
mesmo, mas em uma escala muito maior. Paulo declara: “Fomos unidos com ele na
semelhança da sua morte” (Rm 6.5). Mas ele também exulta: “Tragada foi a morte
pela vitória” (1 Co 15.54). A morte com um “M” maiúsculo – não somente a morte
física pessoal, mas o reino devastador do pecado sobre o mundo do primeiro Adão
(Rm 5.12-21) – foi vencido na cruz de Cristo.
Se o reino da morte foi vencido
na cruz, onde surge o novo? Surge na ressurreição de Jesus na Festa das
Primícias. As origens desta festa do Antigo Testamento eram agrícolas: os
primeiros feixes eram trazidos ao tabernáculo para compartilhar a bondade de
Deus com os pobres e estrangeiros. Mas a festa sempre inclinava Israel o olhar
para frente, anunciando o dia em que toda a vida seria novamente “muito boa”,
como antes havia sido.
Paulo usa a linguagem de festa
para explicar isto (1 Co 15.20). Visto que a morte de Jesus venceu a morte,
também, como segundo Adão, a sua ressurreição fez surgir uma nova criação, um
reino de graça (Rm 5.21). Cristo é as “primícias” deste novo mundo. Ressuscitados
com ele, nós, “que temos as primícias do Espírito” (Rm 8.23), também somos as
primícias da nova criação (Tg 1.18).
Portanto, a Festa das Primícias,
do Antigo Testamento, é a base de uma escatologia vigorosa e prática do Novo
Testamento (uma visão da era por vir).
Estes são apenas dois exemplos
breves; há várias outras festas, inúmeras práticas do templo e narrativas
históricas que servem para anunciar a redenção que viria em Jesus. Um evangelho
moldado pela rica história do Antigo Testamento é evangelicamente muito mais
convincente, porque honra a unidade coerente da Escritura. E esse evangelho
produz discípulos que têm uma autoimagem mais saudável: eles resistem ao pecado
padrão de colocar a si mesmos em primeiro lugar e aprendem a negar a si mesmos
e seguir a Jesus.
Postado por
Abimael
às
07:40
Poluição sonora em cultos
leva Justiça a condenar pastor a 1 ano e oito meses
O barulho excessivo nos cultos e a insistência em
manter o som alto levou um pastor a ser condenado pela Justiça a prestar 1 ano
e oito meses de serviços comunitários.
A poluição sonora é uma das principais fontes de atrito
entre as igrejas evangélicas que usam templos adaptados e seus vizinhos. Na
comarca de Sombrio, em Santa Catarina, o imbróglio terminou com um processo.
De acordo com informações do portal do Tribunal de
Justiça de Santa Catarina (TJSC), o prédio usado pela igreja foi construído em área
predominantemente urbana, cercado por casas e estabelecimentos comerciais, e
nos dias de culto o nível de ruído era excessivo.
Como o pastor era responsável legal pela igreja,
acabou responsabilizado pelo crime de poluição sonora. Além da pena de serviços
comunitários e/ou a entidades públicas, ele deverá pagar multa de um salário
mínimo.
O templo da igreja não possuía isolamento acústico
apropriado e os cultos produziam barulho em níveis que extrapolavam os limites
estabelecidos, em níveis considerados prejudiciais à saúde humana, à segurança
e ao sossego público no entorno.
A medição dos ruídos e constatação dos excessos no
local foram realizadas pela Polícia Militar Ambiental e também pelo Instituto
Geral de Perícias de Santa Catarina.
Postado por
Abimael
às
09:18
sexta-feira, 19 de abril de 2019
5 razões por que o Pai disse “Não” para o Filho no
Getsêmani
Uma das cenas mais comoventes em todos os
Evangelhos é a noite em que o Senhor dos céus e da terra deitou o rosto em
terra em uma oração agonizante, suando sangue. Mateus 26 nos dá um relato:
Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado
Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além
orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está
cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco
mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se
é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como
tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a
Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de
mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez
adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados. E, deixando-os de novo, foi
orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. Então chegou junto dos seus
discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e
o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, partamos;
eis que é chegado o que me trai.
Três vezes o Filho de Deus pede ao Pai para afastar
o cálice da ira de Deus. Três vezes o céu permaneceu em silêncio. Mas, no
silêncio da noite fria um inconfundível “Não” pode ser ouvido. Não, não era
possível afastar o cálice e cumprir a missão. Não havia outra maneira.
Mas por quê? Por que não havia outra maneira
possível para um Deus onipotente? Por que Jesus teve de beber o cálice?
Cinco respostas se apresentam:
1) O Pai responde “Não” porque
precisamos de um Sumo Sacerdote que pode identificar-se conosco.
Porque, na verdade, ele não tomou os
anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Por isso convinha que em tudo
fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo
sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque
naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são
tentados.
(Hebreus 2.16-18)
(Hebreus 2.16-18)
Porque não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como
nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Hebreus 4.15)
2) O Pai responde “Não” porque Jesus
é o único mediador possível entre Deus e o homem.
Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra
Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode
ser. (Romanos 8.7)
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e
os homens, Jesus Cristo homem. (1 Timóteo 2.5)
E em nenhum outro há salvação, porque também
debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos
ser salvos. (Atos 4.12)
3) O Pai responde “Não” porque de
outra forma não haveria expiação pelo nosso pecado.
Por isso convinha que em tudo fosse
semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo
que é de Deus, para expiar os pecados do povo. (Hebreus 2.17)
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a
Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos
nossos pecados. (1 João 4.10)
4) O Pai responde “Não” porque não
havia outra maneira de vindicar Sua própria justiça
Ao qual Deus propôs para propiciação
pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela
remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para
demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus. (Romanos 3.25-26)
5) O Pai responde “Não” porque não
havia melhor maneira de revelar a glória mútua do Pai e do Filho.
Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora é
glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele. Se Deus é glorificado
nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e logo o há de
glorificar. (João 13.31-32)
Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu,
disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu
Filho te glorifique a ti; Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra
que me deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com
aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. (João 17.1-5)
Por que me alegro com o silêncio do
Pai
Não devemos pensar que nenhuma resposta foi dada na
assombrosa noite no Getsêmani. Nem devemos pensar que o “Não” silencioso do Pai
indicou uma negligência sem propósito, como se Deus Pai fosse um pai
desnaturado divino. Devemos entender que o único Pai Perfeito encontrou ocasião
para negar o pedido do Filho Perfeito porque tal negativa alcançava um fim
perfeito – um Sumo Sacerdote perfeitamente qualificado, reconciliação por meio
do único Mediador Deus-homem, expiação amorosa pelos pecados dos homens,
vindicação da justiça do Pai, e a glória sempre recíproca do Pai no Filho e do
Filho no Pai! A resposta silenciosa no Getsêmani será eternamente ouvida nos
alegres brados de louvor do universo!
Porque o Pai respondeu “Não”, os pecadores tem um
Sumo Sacerdote perfeitamente íntimo com suas fraquezas, misericordioso e fiel.
Temos Alguém a quem nos aproximamos pela graça. Porque o Pai respondeu “Não”,
temos aquele que coloca-se entre nós em toda nossa impiedade e Deus em toda Sua
santidade para reconciliar e unir-nos como amigos, e não rebeldes. Porque o Pai
respondeu “Não”, aqueles que têm fé em Cristo não precisam jamais temer a ira
do Pai novamente; Sua ira foi totalmente satisfeita na expiação do Filho.
Porque o Pai disse “Não”, permanecemos seguros de que nossa aceitação por Deus
aconteceu em fundamento completamente legítimo – sem truques, sem brechas nas
leis, sem ficção legal, sem injustiça que ameace ou questione a troca de nosso
pecado pela justiça de Jesus. Porque o Pai disse “Não”, iremos desfrutar e
compartilhar eternamente da glória do Pai e do Filho na eterna e perpétua era
porvir.
Eu me alegro porque o Pai disse “Não”.
Postado por
Abimael
às
06:14
quinta-feira, 18 de abril de 2019
Quando celebrar a páscoa?
A temporada da Páscoa em nosso calendário litúrgico
é uma excelente ocasião trazer à vista dos incrédulos, dos afastadas e dos
crentes meramente nominais a verdade a respeito da morte e ressurreição de
nosso Senhor Jesus.
Porém, se a Páscoa serve para lembrar aos cristãos
a respeito desse sacrifício, tem algo muito errado!
A morte e ressurreição do Senhor são
o centro da mensagem do Evangelho e esta deve fazer parte da nossa vida
cotidiana e ser lembrada, seja na exposição da Palavra ou na Palavra pregada,
todos os domingos!
Paulo, por exemplo, disse que o
centro da sua pregação contínua era pregar a Cristo, e este crucificado. Os
cristãos vivem em torno da Cruz e do poder da ressurreição, celebram a Páscoa a
cada vez que tomam a Ceia e devem estar ouvindo, pelo menos semanalmente, a
respeito de Cristo, sua pessoa, sua obra e seu ensino.
Não me entendam mal. Não sou contra a
celebração de um calendário litúrgico, mas se ele serve para substituir a
essência da mensagem cristã, precisamos repensar isto! Assim, aproveite este
momento em que estão falando sobre o tema e pregue a mensagem verdadeira,
Cristo.
A temporada da Páscoa em nosso calendário litúrgico
é uma excelente ocasião trazer à vista dos incrédulos, dos afastadas e dos
crentes meramente nominais a verdade a respeito da morte e ressurreição de
nosso Senhor Jesus.
Porém, se a Páscoa serve para lembrar aos cristãos
a respeito desse sacrifício, tem algo muito errado!
A morte e ressurreição do Senhor são
o centro da mensagem do Evangelho e esta deve fazer parte da nossa vida
cotidiana e ser lembrada, seja na exposição da Palavra ou na Palavra pregada,
todos os domingos!
Paulo, por exemplo, disse que o
centro da sua pregação contínua era pregar a Cristo, e este crucificado. Os
cristãos vivem em torno da Cruz e do poder da ressurreição, celebram a Páscoa a
cada vez que tomam a Ceia e devem estar ouvindo, pelo menos semanalmente, a
respeito de Cristo, sua pessoa, sua obra e seu ensino.
Não me entendam mal. Não sou contra a
celebração de um calendário litúrgico, mas se ele serve para substituir a
essência da mensagem cristã, precisamos repensar isto! Assim, aproveite este
momento em que estão falando sobre o tema e pregue a mensagem verdadeira,
Cristo.
Postado por
Abimael
às
12:35
terça-feira, 16 de abril de 2019
“O Estado é laico!” – A falácia do Estado ateu nas universidades
O ambiente acadêmico brasileiro ainda dá muito o que falar
(especialmente o público). Não apenas pelos alunos confusos em relação à sua
vocação, fragilizados intelectualmente, ou que perpetuam atos de corrupção
endêmica na hora de fazer uma prova (o famoso: colar na prova). Temos que lidar
com professores que espalham ideias distorcidas e narrativas – quer como uma
extensão do que receberam outrora como alunos, quer por desonestidade.
A grande verdade é que já passou o tempo de ser vítima da manipulação
direta ou indireta, por parte de líderes pretensiosamente negligentes – a busca
pela efetização de uma coalização pelo evangelho, nos faz contar com o
reconhecimento das estruturas fortes que Igreja possui, além de perceber o
direito como aliado à religiosidade cristã – mas ainda existem “hot spots”
(pontos quentes), que não podemos esquecer. Nesta primeira parte de nosso
texto, vamos abordar que o exercício da religião, em sua plenitude, é a
comprovação da existência de senso crítico na cristandade. Passamos ao texto.
“Crede, Ut
Intelligas: O exercício da religião é a comprovação de existência do senso
crítico da cristandade”
A universidade é um ambiente para o desenvolvimento do senso crítico –
de fato, não há dúvidas que está frase é verdadeira e importante. Entretanto,
vemos em nossa era a profissão de fé tratada como um objeto estranho a essência
da Universidade – fruto de uma constante separação entre fé e intelecto.
Contudo, a história nos demonstra que a preocupação com o intelecto é uma das
características da Igreja – protagonista na construção de centros para o
exercício do saber, conforme aponta Justo L. González:
“A origem da maioria das universidades modernas – Paris, Salerno,
Bologna e Oxford – datam do século 12, e tal origem é o resultado de uma
combinação de fatores tais como a tradição das escolas catedrais […]. Porque
Paris e Oxford tinham as melhores faculdades teológicas, a teologia ocidental
gravitou em torno daqueles dois grandes centros universitários durante o século
13.”[1]
Este cenário que enaltece a ligação entre fé e conhecimento ganha mais
força com os “cônegos regulares de Santo Agostinho”[2] –
uma ordem criada por São Dominique, em 1215 d.C., com o objetivo de criar novas
regras monásticas, para responder através de uma vida santa, tudo aquilo que
contrariasse os pilares da verdadeira Igreja:
“Desde sua origem, esta nova ordem insistiu na importância do estudo
para a concretização desta tarefa. A vida monástica foi adaptada às
necessidades do estudo, pregação e o cuidado das almas. A princípio, os
dominicanos centraram seus estudos e ensino em seus próprios monastérios. Mas
eles logo vieram a ocupar cadeiras das principais universidades, especialmente
Paris e Oxford.”[3]
Figuras da Igreja ocuparam e investiram nas “escolas catedrais que
tornaram-se as universidades, espaço de pesquisa e produção do saber, mas
também foco de vigorosos debates”[4] –
vale lembrar da entrada do pensamento de Aristóteles e da filosofia árabe e
judaica que também permearam, por anos, os debates acadêmicos. A motivação para
estes envolvimentos entre fé e conhecimento está ligado à premissa bíblica
reproduzida por Santo Agostinho: “Não procures entender para crer, mas crê para
entender, porque, se não credes, não entendereis”[5].
Os cristãos sempre estiveram interessados na busca pelo conhecimento,
por isso fazer parte da sistemática natural da Fé – o conhecimento em prol da
excelência para a unidade cristã. Tal ideia é corroborada na proposta da mente
renovada dissecada pelo Apóstolo Paulo em Romanos 12: 1-3, nas palavras de
Craig S. Keener:
Continua após anúncio:
“Essa mente renovada tem consciência de que cada crente recebeu uma
medida de fé para determinadas atividades (12.3,6), portanto nenhum membro é
nem mais nem menos valioso que outro. Os papéis podem ser diferentes, mas cada
membro recebe dons para servir aos outros, sem se vangloriar, cumprindo
fielmente a incumbência de Deus como sua dádiva para o corpo.”[6]
Apesar desta herança claramente religiosa, há quem trate a fé cristã
como algo intelectualmente debilitante, além de representar uma ameaça ao poder
do Estado. Passeando pelas considerações salutares do Dr. Donald Carson,
constataremos que isto é fruto de um julgamento “em nome da manutenção da
separação entre Igreja e Estado”[7],
que tem por objetivo a promoção de uma “rota da religião puramente privatizada
[…]”[8] –
ao dissertar sobre a nova tolerância social (discurso para justificar o
movimento secularista), ele apresenta uma modalidade de mundo – ao qual devemos
atentar, pois é um objetivo buscado por organizações e intelectuais adversos ao
Cristianismo:
“Neste mundo bastante privatizado, permite-se que os cidadãos pensem
qualquer coisa que quiserem a respeito de assuntos religiosos. Como eles
praticam a religião com os outros, no entanto, podem ser monitorados e
altamente controlados. Pode haver uma retórica rebuscada sobre liberdade de
religião (afinal, permite-se que as pessoas acreditem naquilo que desejarem),
mas quase não existe uma liberdade autêntica quando a religião se torna
qualquer coisa exceto completamente privada(por exemplo, passar suas
crenças para os filhos, cultuar com outras pessoas em locais não
especificamente religiosos, tentar trazer outras pessoas para a sua
religião).” [9]
Trata-se de uma intolerância disfarçada de tolerância – situação que nos
parece imperar nas universidades, especialmente às públicas, em solo
brasileiro. Este trabalho de influência tem efeitos patentes e violentos,
conforme veremos adiante.
Universidade como infantário
Os secularistas chamam para si a identidade de simpatizantes à liberdade
religiosa, mas em casos determinantes como o exercício de culto, demonstram uma
intenção de aparar, progressivamente, a dinâmica da devoção. Ou seja, usam o
discurso da liberdade religiosa como instrumento para promover a privatização
da religião – conforme veremos adiante, isso se dá através do processo de
subversão.
Trata-se de uma técnica que consiste na distorção do significado
original de uma palavra, resultando em uma adulteração do conteúdo. No Brasil,
este problema ainda é forte nas universidades, tendo em vista que temos um
“excesso de estruturas de plausibilidade”, ainda enfatizando as lições do D.A.
Carson, citando Peter L. Berger[10],
definindo-as como:
“estruturas de pensamento aceitas por uma cultura específica de forma
geral e quase inquestionável. […] em uma cultura bastante diversificada, como a
que predomina em muitas nações do mundo ocidental, as estruturas de
plausibilidade são necessariamente mais restritas, pelo fato de haver menos
posições sustentadas em comum.”[11]
Com o excesso de deturpações às acepções originais, o pensamento
ocidental fica dividido, gerando um consequente enfraquecimento do senso
crítico – ambiente propício para a relativização, que resulta em um cenário ao
qual “saltamos da permissão da articulação de crenças dos quais discordamos
para a afirmação de que todas as crenças e todos os argumentos são igualmente
válidos”.[12]
Nos termos do magistério de Camille Paglia, a linha do tempo da
existência acadêmica foi afetada por uma espécie de destruição do ensino das
humanidades – aniquilando o ambiente propício para a vida intelectual. A
professora detecta tal problema como resultado do New Criticism –
um modelo de pensamento que “produziu uma geração de acadêmicos que pensavam a
literatura separadamente do seu contexto histórico.”[13]
Tal identificação explica, mesmo que por analogia, o fato de algumas
figuras lutarem para tornar o ambiente acadêmico totalmente afastado da
religião – mesmo que a religiosidade tenha contribuído para existência da
Universidade. Assim como buscam pensar a literatura fora do contexto histórico,
pensam a existência de ideias múltiplas fora do plano heterogêneo de pensamento
(que inclui a religião).
Isto é resultado da substituição da pluralidade (existem ideias
diferentes mas nem todas são válidas) pelo pluralismo (só serão válidas
as ideias que estão debaixo de um mesmo plano) – que resulta na imposição de
uma pequena comunidade ideológica sobre a maioria[14] que
deseja exercitar sua fé livremente no campus.
Como isso funciona na prática? O fato que aconteceu no campus da
UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) pode nos responder. Um grupo
de oração universitário, tendo por nome Santa Terezinha de Jesus, tem os seus
encontros às quartas e quintas fora dos horários de aula. Trata-se de um
grupo não institucionalizado pela faculdade, sendo sua participação
feita de forma voluntária para aqueles que assim o desejem. Apesar
do grupo não ser um ato de imposição da faculdade (que apenas
autoriza a realização da reunião), alguns professores e alunos sentiram-se
contrafeitos com a existência do grupo, conforme declarações que circularam na
Universidade. O argumento para justificar a insatisfação toma por base uma suposta
“ameaça quanto a laicidade do Estado”, somada a um argumento de que “a
Universidade é lugar de produção de conhecimento científico e do debate calçado
no pensamento crítico”.
O argumento é defeituoso por dois motivos: 1) É subversivo – porque não
expõe a real ideia do conceito de Estado Laico; e 2) É contraditório – por usar
a característica de “ambiente para o pensamento crítico” como justificativa
para vedar a realização de um encontro religioso. Como se proteger de tais
afrontas? O Direito Religioso pode ser um bom aliado para tratar dessas
questões e é exatamente o que veremos na segunda parte deste texto. Acompanhe
as publicações do Voltemos ao Evangelho para não
perde-lo!
–
[1] GONZALÉZ, Justo L. UMA HISTÓRIA DO
PENSAMENTO CRISTÃO – volume 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p.
218.
[2] Ibdem, p. 220
[3] Ibdem, p. 220
[4] FERREIRA, Franklin. A IGREJA CRISTÃ NA HISTÓRIA: DAS ORIGENS AOS DIAS ATUAIS. São Paulo: Vida Nova, 2013. P. 123 e 124
[5] AGOSTINHO, Santo. TRATADO AO EVANGELHO DE JOÃO. 29.6
[6] KEENER, Craig s. A MENTE DO ESPÍRITO: A VISÃO DE PAULO SOBRE A MENTE TRANSFORMADA. São Paulo: Vida Nova, 2018. P. 249 e 250.
[7] CARSON, D.A. A INTOLERÂNCIA DA TOLERÂNCIA. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. P. 144
[8] Ibdem, p. 147
[9] Ibdem, p. 147
[10] BERGER, PETER L. THE SACRED CANOPY: ELEMENTS OF A SOCIOLOGICAL THEORY OF RELIGION. NOVA YORK: DOUBLEDAY, 1967.
[11] CARSON, D.A. A INTOLERÂNCIA DA TOLERÂNCIA. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. P. 11.
[12] Ibdem, p. 12
[13] PAGLIA, Camille. MULHERES LIVRES HOMENS LIVRES – Sexo, género e feminismo. Quetzal Editores. Portugal, 2018. P. 121
[14] JORDAN PETERSON: Pronomes de gênero e liberdade de expressão. Disponível em: < https://youtu.be/1NE4RkIhiTE > Acesso em 03/04/2019 às 19hr45min
[2] Ibdem, p. 220
[3] Ibdem, p. 220
[4] FERREIRA, Franklin. A IGREJA CRISTÃ NA HISTÓRIA: DAS ORIGENS AOS DIAS ATUAIS. São Paulo: Vida Nova, 2013. P. 123 e 124
[5] AGOSTINHO, Santo. TRATADO AO EVANGELHO DE JOÃO. 29.6
[6] KEENER, Craig s. A MENTE DO ESPÍRITO: A VISÃO DE PAULO SOBRE A MENTE TRANSFORMADA. São Paulo: Vida Nova, 2018. P. 249 e 250.
[7] CARSON, D.A. A INTOLERÂNCIA DA TOLERÂNCIA. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. P. 144
[8] Ibdem, p. 147
[9] Ibdem, p. 147
[10] BERGER, PETER L. THE SACRED CANOPY: ELEMENTS OF A SOCIOLOGICAL THEORY OF RELIGION. NOVA YORK: DOUBLEDAY, 1967.
[11] CARSON, D.A. A INTOLERÂNCIA DA TOLERÂNCIA. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. P. 11.
[12] Ibdem, p. 12
[13] PAGLIA, Camille. MULHERES LIVRES HOMENS LIVRES – Sexo, género e feminismo. Quetzal Editores. Portugal, 2018. P. 121
[14] JORDAN PETERSON: Pronomes de gênero e liberdade de expressão. Disponível em: < https://youtu.be/1NE4RkIhiTE > Acesso em 03/04/2019 às 19hr45min
Assinar:
Postagens (Atom)
VISITANTES
CULTO DA FAMILIA
CULTO DE ENSINO BÍBLICO
Tecnologia do Blogger.
AD- JOINVILLE/SC
Seguidores
ARQUIVO
-
▼
2019
(39)
-
▼
abril
(11)
- SOFRER E SUPORTAR “O amor tudo sofre, tudo c...
- Eles não enxergaram o Messias O trecho aba...
- Igrejas liberais estão morrendo, mas as conserva...
- Salvas para a santidade O trecho a...
- ENCONTRANDO JESUS NAS FESTAS DO ANTIGO TESTA...
- Poluição sonora em cultos leva Justiça a conde...
- 5 razões por que o Pai disse “Não” para o Filho ...
- Quando celebrar a páscoa? A temporada d...
- “O Estado é laico!” – A falácia do Estado ateu n...
- Nove Informações importantes sobre a Catedral de N...
-
▼
abril
(11)