Salvas para a santidade
O trecho abaixo foi retirado com
permissão do livro Renovadas, de Jen
Wilkin, Editora Fiel.
Eu esperaria que a primeira coisa na
qual deveríamos pensar em relação a Deus fosse algo incomunicável — algo típico
apenas do Todo-Poderoso —, mas não é. A santidade é um atributo de Deus que
podemos refletir. Reserve alguns instantes para se maravilhar com esse
pensamento.
A santidade permeia o chamado cristão
por inteiro. Está no cerne do evangelho. Não fomos apenas salvas da
depravação; somos salvas para a santidade. A conversão requer consagração.
A Bíblia apresenta a santidade como tendo sido dada
a nós e requerida de nós. E diz: “Em Cristo, vocês foram feitos santos. Agora,
sejam santos”.
Hebreus 10.10 nos assegura: “Nessa
vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus
Cristo, uma vez por todas”. Que verdade bendita! O sacrifício de Cristo nos
concede santidade posicional diante de Deus. No entanto, a Bíblia descreve
não apenas santidade posicional, mas também santidade prática. Mais uma vez, a
repetição serve como mestre. O Antigo Testamento fala da santidade com um tom
imperativo — e faz isso repetidas vezes: “Pois eu sou o SENHOR, o Deus de
vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem impuros
com qualquer animal que se move rente ao chão. Eu sou o SENHOR, que os tirou da
terra do Egito para ser o seu Deus; por isso, sejam santos, porque eu sou
santo” (Lv 11.44-45, NVI).
“Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam
santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo” (Lv 19.2, NVI)
“Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu
sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 20.7);
“Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo
e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).
Podemos ser tentadas a descartar
essas instruções como apenas mais uma parte estranha de um livro estranho do
Antigo Testamento, como algo que não se aplica mais àqueles que estão sob a
nova aliança. No entanto, o Novo Testamento encontra essas palavras ecoadas nos
lábios do próprio Jesus, no Sermão do Monte. Ele desconstrói as leis do Antigo
Testamento sobre homicídio, adultério, divórcio, juramento, retaliação e sobre
como tratar os inimigos, apontando para uma obediência mais profunda,
não apenas de atos externos, mas também de motivos internos. Aqui está a
justiça que excede a dos escribas e fariseus. Qual declaração ele escolhe para
concluir seu ponto de vista? “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o
vosso Pai celeste” (Mt 5.48).
Trata-se de uma declaração tão assustadora que nos
sentimos tentadas a achar que ele a emprega pelo valor do choque que causa.
Certamente é apenas Jesus empregando uma hipérbole. Mas isso não soa como
alguém sentado a seus pés na encosta de uma montanha teria ouvido. Uns trinta
anos mais tarde, Pedro escreve a um grupo de crentes recém-convertidos:
“Como filhos da obediência, não vos
amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo
contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós
mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pe 1.14-16).
Pedro repete o que foi repetido para
ele. Não se conformem com quem vocês eram. Sejam reformados para aquilo que
vocês devem ser. Sejam santos como Deus é santo.
Se você ainda estiver se perguntando
qual é a vontade de Deus para sua vida,
permita que o apóstolo Paulo remova qualquer vestígio de confusão:
“Pois esta é a vontade de Deus: a
vossa santificação […] porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim
para a santificação” (1Ts 4.3, 7).
Em termos simples, a vontade de Deus
para sua vida é que você seja santa. Que viva uma vida separada. Que, pelo
poder do Espírito Santo, você se esforce para ter total pureza de caráter (Hb
12.14). Toda admoestação contida na totalidade da Escritura reduz-se a isso.
Toda advertência, toda lei e todo encorajamento se curvam diante desse
propósito, que a tudo engloba. Toda história em todo canto de todo o livro da
Bíblia repete esse chamado. Sede santos, pois ele é santo.
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