5 razões por que o Pai disse “Não” para o Filho no
Getsêmani
Uma das cenas mais comoventes em todos os
Evangelhos é a noite em que o Senhor dos céus e da terra deitou o rosto em
terra em uma oração agonizante, suando sangue. Mateus 26 nos dá um relato:
Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado
Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além
orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está
cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco
mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se
é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como
tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a
Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de
mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez
adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados. E, deixando-os de novo, foi
orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. Então chegou junto dos seus
discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e
o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, partamos;
eis que é chegado o que me trai.
Três vezes o Filho de Deus pede ao Pai para afastar
o cálice da ira de Deus. Três vezes o céu permaneceu em silêncio. Mas, no
silêncio da noite fria um inconfundível “Não” pode ser ouvido. Não, não era
possível afastar o cálice e cumprir a missão. Não havia outra maneira.
Mas por quê? Por que não havia outra maneira
possível para um Deus onipotente? Por que Jesus teve de beber o cálice?
Cinco respostas se apresentam:
1) O Pai responde “Não” porque
precisamos de um Sumo Sacerdote que pode identificar-se conosco.
Porque, na verdade, ele não tomou os
anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Por isso convinha que em tudo
fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo
sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque
naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são
tentados.
(Hebreus 2.16-18)
(Hebreus 2.16-18)
Porque não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como
nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Hebreus 4.15)
2) O Pai responde “Não” porque Jesus
é o único mediador possível entre Deus e o homem.
Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra
Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode
ser. (Romanos 8.7)
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e
os homens, Jesus Cristo homem. (1 Timóteo 2.5)
E em nenhum outro há salvação, porque também
debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos
ser salvos. (Atos 4.12)
3) O Pai responde “Não” porque de
outra forma não haveria expiação pelo nosso pecado.
Por isso convinha que em tudo fosse
semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo
que é de Deus, para expiar os pecados do povo. (Hebreus 2.17)
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a
Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos
nossos pecados. (1 João 4.10)
4) O Pai responde “Não” porque não
havia outra maneira de vindicar Sua própria justiça
Ao qual Deus propôs para propiciação
pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela
remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para
demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus. (Romanos 3.25-26)
5) O Pai responde “Não” porque não
havia melhor maneira de revelar a glória mútua do Pai e do Filho.
Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora é
glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele. Se Deus é glorificado
nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e logo o há de
glorificar. (João 13.31-32)
Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu,
disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu
Filho te glorifique a ti; Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra
que me deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com
aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. (João 17.1-5)
Por que me alegro com o silêncio do
Pai
Não devemos pensar que nenhuma resposta foi dada na
assombrosa noite no Getsêmani. Nem devemos pensar que o “Não” silencioso do Pai
indicou uma negligência sem propósito, como se Deus Pai fosse um pai
desnaturado divino. Devemos entender que o único Pai Perfeito encontrou ocasião
para negar o pedido do Filho Perfeito porque tal negativa alcançava um fim
perfeito – um Sumo Sacerdote perfeitamente qualificado, reconciliação por meio
do único Mediador Deus-homem, expiação amorosa pelos pecados dos homens,
vindicação da justiça do Pai, e a glória sempre recíproca do Pai no Filho e do
Filho no Pai! A resposta silenciosa no Getsêmani será eternamente ouvida nos
alegres brados de louvor do universo!
Porque o Pai respondeu “Não”, os pecadores tem um
Sumo Sacerdote perfeitamente íntimo com suas fraquezas, misericordioso e fiel.
Temos Alguém a quem nos aproximamos pela graça. Porque o Pai respondeu “Não”,
temos aquele que coloca-se entre nós em toda nossa impiedade e Deus em toda Sua
santidade para reconciliar e unir-nos como amigos, e não rebeldes. Porque o Pai
respondeu “Não”, aqueles que têm fé em Cristo não precisam jamais temer a ira
do Pai novamente; Sua ira foi totalmente satisfeita na expiação do Filho.
Porque o Pai disse “Não”, permanecemos seguros de que nossa aceitação por Deus
aconteceu em fundamento completamente legítimo – sem truques, sem brechas nas
leis, sem ficção legal, sem injustiça que ameace ou questione a troca de nosso
pecado pela justiça de Jesus. Porque o Pai disse “Não”, iremos desfrutar e
compartilhar eternamente da glória do Pai e do Filho na eterna e perpétua era
porvir.
Eu me alegro porque o Pai disse “Não”.
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