segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O perigo de estar à deriva

“ Importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.” (Hebreus 2.1)



Todos nós conhecemos pessoas com quem isso aconteceu. Sem senso de urgência, sem vigilância, sem atenciosa escuta, consideração ou fixação dos olhos em Jesus, e o resultado não foi uma parada, mas um ficar à deriva.

O importante aqui é: não existe parada. A vida neste mundo não é um lago. É um rio. E ele está fluindo para baixo rumo à destruição. Se você não ouve sinceramente a Jesus, não o considera diariamente e não fixa os seus olhos nele a todo momento, então não ficará parado; você retrocederá. Você seguirá a correnteza.

Ficar à deriva é algo mortal na vida cristã. E o remédio, de acordo com Hebreus 2.1, é: “nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas”. Ou seja, considere o que Deus está dizendo em seu Filho Jesus. Fixe os seus olhos no que Deus está dizendo e fazendo em seu Filho, Jesus Cristo.

Isso não é algo difícil de ser aprendido para que possamos nadar contra a correnteza do pecado e da indiferença. A única coisa que nos impede de nadar dessa forma é o nosso desejo pecaminoso de flutuar com outros interesses.

Mas não nos queixemos como se Deus tivesse nos dado um trabalho árduo. Ouvir, considerar, fixar os olhos — isso não é o que você chamaria de descrição de um trabalho árduo. Não é uma descrição de trabalho. É um convite solene para que estejamos satisfeitos em Jesus, de modo que não sejamos atraídos correnteza abaixo por desejos enganosos.

Se você está à deriva hoje, um dos sinais de esperança de que você nasceu de novo é que você se sente afligido por isso, e há um desejo crescente em seu coração de virar os olhos para Jesus, considerá-lo e ouvi-lo nos dias, meses e anos que estão por vir.

A grande esperança missionária

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A grande esperança missionária

Estando nós mortos em nossos delitos, [Deus] nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos. (Efésios 2.5)


A grande esperança missionária é que, quando o evangelho é pregado no poder do Espírito Santo, o próprio Deus faz o que o homem não pode fazer: ele cria a fé que salva. O chamado de Deus faz o que o chamado do homem não pode. Ele ressuscita os mortos. Ele cria vida espiritual. É como o chamado de Jesus a Lázaro no sepulcro: “Vem para fora!” (João 11.43).

Podemos despertar alguém do sono com o nosso chamado, mas o chamado de Deus chama à existência as coisas que não existem (Romanos 4.17). O chamado de Deus é irresistível no sentido de que pode vencer toda resistência. Tal chamado é infalivelmente eficaz segundo o propósito de Deus, de tal modo que Paulo pode dizer: “Aos que chamou, a esses também justificou” (Romanos 8.30).

Em outras palavras, o chamado de Deus é tão eficaz que infalivelmente cria a fé pela qual uma pessoa é justificada. Todos aqueles que são chamados são justificados. Mas ninguém é justificado sem fé (Romanos 5.1). Portanto, o chamado de Deus não pode falhar em seu efeito designado. Esse chamado irresistivelmente garante a fé que justifica.

Isso é o que o homem não pode fazer. É impossível. Somente Deus pode remover o coração de pedra (Ezequiel 36.26). Somente Deus pode atrair pessoas ao Filho (João 6.44, 65). Somente Deus pode abrir o coração para que atenda ao evangelho (Atos 16.14). Somente o Bom Pastor conhece as suas ovelhas pelo nome. Ele as chama e elas o seguem (João 10.3-4, 14). A soberana graça de Deus, fazendo o humanamente impossível, é a grande esperança missionária.

O CRESCIMENTO EM CRISTO

sexta-feira, 20 de outubro de 2017
                Cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. (Efésios 4.15)



Muitos crentes permanecem raquíticos e atrofiados nas coisas espirituais de forma que mostram a mesma aparência ano após ano. Não são manifestados neles, sentimentos avançados e refinados. Eles existem mas não crescem em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Todavia, devemos ficar contentes por estarmos na folha verde, quando podemos avançar à espiga e, eventualmente, ao grão maduro na espiga? Devemos nos satisfazer em crer em Cristo e dizer: “Estou seguro”, sem desejarmos conhecer em nossa experiência mais da plenitude que podemos encontrar nEle? Isto não deve acontecer. Como bons comerciantes no mercado celestial, devemos anelar ser enriquecidos no conhecimento de Jesus. É muito bom conservarmos a vinha de outras pessoas, mas não podemos negligenciar nosso próprio crescimento e maturidade espiritual. Por que sempre tem de ser inverno em nosso coração? É verdade que precisamos ter o nosso tempo de semeadura, mas, oh! que tenhamos igualmente primavera e verão, que nos prometerão uma colheita antecipada! Se desejamos amadurecer na graça, temos de viver bem perto de Jesus -em sua presença -amadurecidos pela luz de seus sorrisos. Precisamos manter doce comunhão com Ele. Temos de nos aproximar de Jesus, como o fez o apóstolo João, e reclinarmos a cabeça no seio dele. Então, nos veremos avançando em santidade, amor, fé e esperança – sim, em todos os dons preciosos. Assim como o sol nasce primeiramente no topo das montanhas, envolvendo-os com a luz, e apresenta uma das visões mais encantadoras aos viajantes; assim é uma das mais deleitáveis contemplações observar o esplendor da luz do Espírito Santo na cabeça de um crente que tem crescido em estatura espiritual. Em semelhança aos imensos Alpes cobertos de neve, ele reflete os feixes de luz do Sol da Justiça, primeiramente entre os escolhidos. Depois, ele dissemina o resplendor da brilhante glória de Cristo para que todos a vejam, e vendo-a, tragam glória ao Pai que está nos céus.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

O propósito da prosperidade


Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. (Efésios 4.28)

Existem três níveis de como viver com as coisas: (1) você pode roubar para obter; (2) ou você pode trabalhar para obter; (3) ou você pode trabalhar para obter a fim de dar.
Muitos cristãos professos vivem no nível dois. Quase todas as forças da nossa cultura os encorajam a viver no nível dois. Mas a Bíblia nos impulsiona inflexivelmente para o nível três. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2 Coríntios 9.8).
Por que Deus nos abençoa com abundância? Para que tenhamos o suficiente para viver e, depois, usemos o restante para todo o tipo de boas obras que aliviam a miséria espiritual e física. O suficiente para nós; abundância para os outros.
A questão não é o quanto uma pessoa ganha. Grandes negócios e grandes salários são uma realidade dos nossos tempos, e não são necessariamente maus. O mau está em ser enganado ao pensar que um salário de seis dígitos deve ser acompanhado por um estilo de vida de seis dígitos.
Deus nos criou para sermos canais condutores da sua graça. O perigo está em pensar que o canal condutor deve ser revestido com ouro. Não deveria. Cobre serve. O cobre pode conduzir riquezas impressionantes ​​a outros.

Servindo a Deus com cuidado 

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

 Servindo a Deus com cuidado 

O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais (Atos 17.24-25) 

Não glorificamos a Deus suprindo as necessidades dele, mas orando para que ele supra as nossas e confiando que ele responderá. 
Aqui estamos na essência da boa notícia. A insistência de Deus para que lhe peçamos que nos ajude, de modo que ele receba a glória (Salmo 50.15), nos força ao surpreendente fato de que devemos tomar cuidado ao servir a Deus e tomar especial cuidado em que ele nos sirva, para que não roubemos a sua glória. 
Isso parece muito estranho. A maioria de nós pensa que servir a Deus é algo totalmente positivo; nós não consideramos que servir a Deus pode ser um insulto a ele. Mas meditar sobre o significado da oração exige essa reflexão. Atos 17.24-25 nos esclarece isso. 
Esse é o mesmo raciocínio do texto de Robinson Crusoé sobre a oração: “Se eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu e quanto nele se contém… Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Salmo 50.12, 15). 
Evidentemente, há uma maneira de servir a Deus que o insultaria, como se ele fosse necessitado do nosso serviço. “O próprio Filho do Homem não veio para ser servido” (Marcos 10.45). O objetivo dele é ser o servo. O objetivo dele é obter a glória como Provedor. 

Não podemos fazer nada

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Não podemos fazer nada

 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (João 15.5)

Suponha que você esteja totalmente paralisado e não possa fazer nada por si mesmo, exceto falar. E suponha que um amigo forte e confiável prometa viver com você e fazer tudo o que você precisa. Como você poderia exaltar esse amigo se um estranho viesse vê-lo?
Você exaltaria a sua generosidade e força tentando sair da cama e carregá-lo? Não! Você diria: “Amigo, por favor, venha me levantar. E você poderia colocar um travesseiro atrás de mim para que eu possa olhar para o meu convidado? E você poderia colocar meus óculos para mim?”.
E, assim, o seu visitante aprenderia pelos seus pedidos que você é incapaz e que seu amigo é forte e amável. Você glorifica o seu amigo por precisar dele, e ao lhe solicitar ajuda, e ao confiar nele.
Em João 15.5, Jesus diz: “Sem mim nada podeis fazer”. Então, nós realmente estamos paralisados. Sem Cristo, não somos capazes de qualquer bem que exalte a Cristo. Como Paulo diz em Romanos 7.18: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum”.
Mas João 15.5 também diz que Deus tem o propósito que façamos muito bem que exalte a Cristo, ou seja, dar fruto: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto”. Assim, como nosso forte e confiável amigo — “Tenho-vos chamado amigos” (João 15.15) — ele promete fazer para nós, e através de nós, o que não podemos fazer por nós mesmos.
Como, então, podemos glorificá-lo? Jesus responde em João 15.7: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”. Nós oramos! Pedimos a Deus que faça para nós, por meio de Cristo, aquilo que não podemos fazer por nós mesmos — dar fruto.
João 15.8 dá o resultado: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto”.
Então, como Deus é glorificado pela oração? A oração é a admissão aberta de que sem Cristo nada podemos fazer. E a oração é o nosso voltar de nós mesmos para Deus na confiança de que Ele nos dará o auxílio que precisamos

A sábia misericórdia de Deus

terça-feira, 10 de outubro de 2017

A sábia misericórdia de Deus


Nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. (1 Coríntios 1.23-24)

Contra a terrível notícia de que nós caímos sob a condenação do nosso Criador e de que ele é movido pelo seu próprio caráter justo a preservar a excelência da sua glória derramando a ira eterna sobre o nosso pecado, há a maravilhosa notícia do evangelho.
Essa é uma verdade que ninguém jamais pode aprender naturalmente. Ela deve ser contada aos vizinhos, pregada nas igrejas e propagada por missionários.
A boa notícia é que o próprio Deus decretou um meio para satisfazer as exigências da sua justiça sem condenar toda a raça humana.
O inferno é uma maneira de acertar as contas com pecadores e defender a sua justiça. Mas há outro modo.
A sabedoria de Deus ordenou um caminho para o amor de Deus nos libertar da sua ira sem comprometer a sua justiça.
E qual é essa sabedoria? A morte do Filho de Deus pelos pecadores!
A morte de Cristo é a sabedoria de Deus pela qual o amor de Deus salva pecadores da ira de Deus, enquanto mantém e demonstra a justiça de Deus em Cristo.
sexta-feira, 6 de outubro de 2017

A justiça será feita

Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. (Romanos 12.19)


Todos vocês foram injustiçados em um momento ou outro. A maioria de vocês, provavelmente, foi seriamente injustiçado por alguém que nunca pediu desculpas ou fez algo suficiente para consertá-lo.
E um dos profundos obstáculos para o abandono da dor e da amargura é a convicção — a convicção justificada — de que a justiça deveria ser feita, e de que o curso do universo mostrará que pessoas podem simplesmente escapar com erros horríveis e enganar a todos.
Esse é um dos obstáculos ao perdão e ao abandono dos rancores. Não é o único. Temos nosso próprio pecado com o qual lidar. Mas é um obstáculo real.
Sentimos que apenas relevar seria admitir que a justiça simplesmente não será feita. E nós não podemos fazer isso.
Então, nos apegamos à ira e repetimos a história muitas vezes com os sentimentos de que isso não deveria ter acontecido; não deveria ter acontecido; foi errado; foi errado. Como ele pode estar tão feliz agora, quando eu estou tão miserável? Isso é tão errado. É tão errado!
Esta palavra em Romanos 12.19 é dada por Deus a vocês, para remover esses seus fardos.
“Não vos vingueis a vós mesmos… mas dai lugar à ira”. O que isso significa para vocês?
Abandonar o fardo da ira, abandonar a prática de nutrir a sua dor com sentimentos de ter sido prejudicado — abandonar tudo isso — não significa que não aconteceu um grande erro contra vocês.
Isso não significa que não há justiça. Isso não significa que vocês não serão vindicados. Isso não significa que eles escaparam. Não.
Isso significa, quando vocês deixam o fardo da vingança, Deus tomará esse fardo.
Essa não é uma maneira suave de se vingar. Essa é uma maneira de dar vingança àquele a quem ela pertence.
Isso é respirar profundamente, talvez pela primeira vez em décadas, e sentir como agora, por fim, que vocês podem ser livres para amar.

O IDEAL DE DEUS PARA A FAMÍLIA

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O IDEAL DE DEUS PARA A FAMÍLIA



Família! Qual o modelo de família ideal? Primeiro, é preciso relembrar, em tempos de tanto relativismo, que a família, segundo Deus, é formada pela união legítima (casamento) de um homem e uma mulher com vistas à geração de filhos. É a família dentro do processo natural. Sem esta clara compreensão não há como sequer iniciar o exame do que seria uma família ideal. Fincada esta premissa básica, temos a composição da entidade familiar prevista nas Sagradas Escrituras e podemos iniciar a análise dos papéis de cada membro desse corpo. A Bíblia Sagrada define bem os papéis do homem, da mulher e dos filhos. Paulo usa três verbos principais para apresentar as funções preponderantes de cada membro da família: amar, sujeitar e obedecer. “Vós, maridos, amai vossa mulher”; “Vós, mulheres, sujeita-vos a vosso marido”; “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais.” (Ef 5.22, 25; 6.1). O marido é a cabeça da mulher (Ef 5.23), portanto, o líder da família. É dele a primeira e maior responsabilidade. Para o homem, o papel preponderante não é mandar, é amar. Aliás, há algo extraordinário a ser observado: a Palavra de Deus não estabelece o relacionamento entre o homem e a mulher a partir do mando. É um equívoco ver a mulher como alguém que tem como papel principal obedecer. Sim, esse não é o papel principal da mulher. À mulher cabe a sujeição. A obediência cabe aos filhos. Recordemos: marido, amar; mulher, sujeitar-se; filhos, obedecer. A sujeição é diferente da obediência. A obediência pressupõe alguém que manda, que controla, pela autoridade verbal, a vontade de outra pessoa. É esse o papel dos pais em relação aos filhos. Os filhos precisam ter sua vontade controlada, subjugada desde cedo. Não devem crescer com vontade própria, pois não nascem com a capacidade de autogoverno. O maior segredo de uma boa criação de filhos é o domínio de suas vontades o quanto antes possível. Os filhos precisam aprender a obedecer desde os primeiros dias. Devem ser encaminhados sob disciplina diariamente. Disciplina não é necessariamente castigo. Disciplinar é, antes de tudo, ensinar e acompanhar diariamente a obediência ao que foi ensinado (Discipulado). Dirigir os atos da criança, formando nela bons e duradouros hábitos, dentro de um correto padrão moral e ético (Pv 22.6). Desse processo faz parte a correção de que falou Salomão, observada em Provérbios 4.1; 23.13,14; 29.15,17. Obediência pressupõe mando, disciplina, correção. Imagine uma mulher que precise viver sendo mandada, disciplinada, corrigida! O tempo próprio para essa jovem senhora ter sido ensinada com base na fustigação e no castigo já passou. Ficou lá em sua infância (especialmente na primeira infância). Agora se espera que ela esteja pronta para outro papel: a doce submissão. O verbo sujeitar está conjugado no texto de Efésios 5.22 na voz reflexiva, quando o sujeito é agente e paciente, ou seja, pratica e recebe a ação ao mesmo tempo. Aí está o segredo: a mulher ideal é aquela que não precisa ser mandada. Ela mesma, amorosa e graciosamente, se sujeita; se submete. Sabe bem qual é o seu papel (Pv 31.10-30). Quando o casal vive discutindo esse assunto é porque ainda não há entendimento do papel de cada um. A maturidade leva o casal a entender e assumir sua função na família de forma voluntária, natural, sem confusão ou sobreposição de papéis. Não há como desconsiderar, aqui, a importância da criação dos filhos. Uma moça bem criada, preparada para o casamento, não terá dificuldade alguma em se submeter, salvo se se casar com um rapaz que tenha sido malcriado, ou seja, que não tenha aprendido a amar (Ef 5.28,29). A moça precisa vir da casa do pai pronta para sujeitar-se a um marido que esteja pronto para amá-la (Tt 2.3-5). Assim, nenhum dos dois viverá exigindo do outro que cumpra seu papel, impondo isso como condição para que exerça o seu. Isso está longe de ser a base para a formação de uma família ideal. É por isso que quem pretende se casar deve observar como se comporta como filho ou filha o rapaz ou a moça com quem espera viver o restante de sua vida. Quando não aprendemos corretamente na casa de nossos pais é no próprio casamento que temos de nos sujeitar à bigorna de Deus para aprender o papel que o Criador nos reservou. Um bom casamento, portanto, nasce de um processo de preparação que começa bem cedo, numa vida de obediência aos pais (Ef 6.1-3). Sem aprender a obedecer não há como aprender a se sujeitar e muito menos a amar. A filha rebelde não se sujeita. O filho desobediente tem dificuldade de amar. Na verdade, tanto a sujeição quanto o amor nascem na escola da obediência, pois ambos são mandamento de Deus. A insurreição da mulher quanto à sua submissão, além de poder ser fruto de uma criação que não atingiu sua finalidade, é resultado de sua desobediência a Deus. A resistência do marido em amar a mulher é decorrente do mesmo processo. Cabe aos pais, pela autoridade que receberam de Deus, ensinar seus filhos a obedecer amorosamente aos mandamentos do Senhor. O Criador deu aos pais o direito e o dever de ensinarem seus filhos, valendo-se da correção necessária para guiar-lhes no caminho da verdade, incutindo neles desde cedo os valores corretos. É uma constatação dura e que geralmente enfrenta nossa resistência, mas as crises conjugais não podem ser entendidas bem sem se considerar o histórico de criação de cada cônjuge. É certo que existem muitos outros fatores que influenciam um casamento, mas pode-se dizer que muitos conflitos conjugais começam no berço. É incrível como muitos pais, mesmo diante dos graves conflitos a que se submetem seus filhos, não consigam admitir a ocorrência de um erro sequer na criação. Ora, alguma coisa deu errado! Não se trata de lançar culpa diretamente aos pais, mas de se fazer um juízo de ponderação humilde e responsável, capaz de resultar em arrependimento e mudanças de atitudes que ainda possam reverter quadros traumáticos. É claro que muitos pais, mesmo tendo dado uma boa criação, se surpreendem com comportamentos estranhos dos filhos na vida conjugal. Os casos precisam ser considerados em suas peculiaridades. Mas muitas vezes se ouve dos pais a justificativa de que fizeram tudo certo, porque levaram seus filhos à igreja. Evidente que se trata de uma medida importantíssima, mas é uma resposta superficial, simplória. O que a Palavra de Deus requer dos pais é muito mais do que levar os filhos à igreja. Melhor seria se pudéssemos dizer que levamos não somente à igreja, mas o próprio Deus para nossa casa, para nossa convivência com os filhos. O ensino aos filhos deve ser um processo diário, contínuo, “assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 6.7). Deus tem um plano maravilhoso para todos nós. Qualquer que seja nossa história, Ele pode nos transformar dia após dia e dar-nos lares felizes, dentro de Seu projeto de família ideal. Fonte: Mensageiro da Paz Setembro/2017

Deus não é triste

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Deus não é triste

O SENHOR frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações. (Salmo 33.10-11)


“No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115.3). A implicação desse texto é que Deus tem o direito e o poder de fazer o que o deixa feliz. Isso é o que significa dizer que Deus é soberano.
Pense nisso por um momento: Se Deus é soberano e pode fazer qualquer coisa que lhe agrada, então nenhum dos seus propósitos pode ser frustrado. “O SENHOR frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações” (Salmo 33.10-11).
E se nenhum dos seus propósitos pode ser frustrado, então ele deve ser o mais feliz de todos os seres.
Essa felicidade infinita e divina é a fonte da qual o Cristão bebe e deseja beber mais profundamente.
Você pode imaginar como seria se o Deus que governa o mundo não fosse feliz? E se Deus murmurasse, ficasse iracundo e deprimido, como o gigante da história de João e o pé de feijão? E se Deus fosse frustrado, desanimado, abatido, triste, descontente e melancólico?
Poderíamos nos unir a Davi e dizer: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63.1)? Eu penso que não.
Todos nos relacionaríamos com Deus como filhos que têm um pai frustrado, abatido, triste e descontente. Eles não conseguem desfrutar dele. Eles só podem tentar não incomodá-lo, ou talvez tentar trabalhar para ele a fim de ganhar algum pequeno favor.
O objetivo do Cristão Hedonista é ser feliz em Deus, se deleitar em Deus, apreciar e fruir da sua comunhão e favor.
domingo, 1 de outubro de 2017

O objeto totalmente satisfatório

Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. (Salmo 37.4)

A busca pelo prazer não é opcional, mas ordenada (nos Salmos): “Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37.4).
Os salmistas buscaram fazer exatamente isso: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Salmo 42.1-2). “A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63.1).
O motivo da sede tem sua contrapartida satisfatória quando o salmista diz que os homens “fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber” (Salmo 36.8).
Eu descobri que a bondade de Deus, sendo o próprio fundamento da adoração, não é algo a que você demonstra respeito por meio de algum tipo de reverência desinteressada. Não, ela é algo a ser apreciado: “Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom” (Salmo 34.8).
“Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca” (Salmo 119.103).
Como diz C.S. Lewis, Deus nos Salmos é o “objeto todo-satisfatório”. Seu povo o adora sem se envergonhar pela “grande alegria” que encontra nele (Salmo 43.4). Ele é a fonte do prazer completo e inesgotável: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmo 16.11).