O IDEAL DE DEUS PARA A FAMÍLIA

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O IDEAL DE DEUS PARA A FAMÍLIA



Família! Qual o modelo de família ideal? Primeiro, é preciso relembrar, em tempos de tanto relativismo, que a família, segundo Deus, é formada pela união legítima (casamento) de um homem e uma mulher com vistas à geração de filhos. É a família dentro do processo natural. Sem esta clara compreensão não há como sequer iniciar o exame do que seria uma família ideal. Fincada esta premissa básica, temos a composição da entidade familiar prevista nas Sagradas Escrituras e podemos iniciar a análise dos papéis de cada membro desse corpo. A Bíblia Sagrada define bem os papéis do homem, da mulher e dos filhos. Paulo usa três verbos principais para apresentar as funções preponderantes de cada membro da família: amar, sujeitar e obedecer. “Vós, maridos, amai vossa mulher”; “Vós, mulheres, sujeita-vos a vosso marido”; “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais.” (Ef 5.22, 25; 6.1). O marido é a cabeça da mulher (Ef 5.23), portanto, o líder da família. É dele a primeira e maior responsabilidade. Para o homem, o papel preponderante não é mandar, é amar. Aliás, há algo extraordinário a ser observado: a Palavra de Deus não estabelece o relacionamento entre o homem e a mulher a partir do mando. É um equívoco ver a mulher como alguém que tem como papel principal obedecer. Sim, esse não é o papel principal da mulher. À mulher cabe a sujeição. A obediência cabe aos filhos. Recordemos: marido, amar; mulher, sujeitar-se; filhos, obedecer. A sujeição é diferente da obediência. A obediência pressupõe alguém que manda, que controla, pela autoridade verbal, a vontade de outra pessoa. É esse o papel dos pais em relação aos filhos. Os filhos precisam ter sua vontade controlada, subjugada desde cedo. Não devem crescer com vontade própria, pois não nascem com a capacidade de autogoverno. O maior segredo de uma boa criação de filhos é o domínio de suas vontades o quanto antes possível. Os filhos precisam aprender a obedecer desde os primeiros dias. Devem ser encaminhados sob disciplina diariamente. Disciplina não é necessariamente castigo. Disciplinar é, antes de tudo, ensinar e acompanhar diariamente a obediência ao que foi ensinado (Discipulado). Dirigir os atos da criança, formando nela bons e duradouros hábitos, dentro de um correto padrão moral e ético (Pv 22.6). Desse processo faz parte a correção de que falou Salomão, observada em Provérbios 4.1; 23.13,14; 29.15,17. Obediência pressupõe mando, disciplina, correção. Imagine uma mulher que precise viver sendo mandada, disciplinada, corrigida! O tempo próprio para essa jovem senhora ter sido ensinada com base na fustigação e no castigo já passou. Ficou lá em sua infância (especialmente na primeira infância). Agora se espera que ela esteja pronta para outro papel: a doce submissão. O verbo sujeitar está conjugado no texto de Efésios 5.22 na voz reflexiva, quando o sujeito é agente e paciente, ou seja, pratica e recebe a ação ao mesmo tempo. Aí está o segredo: a mulher ideal é aquela que não precisa ser mandada. Ela mesma, amorosa e graciosamente, se sujeita; se submete. Sabe bem qual é o seu papel (Pv 31.10-30). Quando o casal vive discutindo esse assunto é porque ainda não há entendimento do papel de cada um. A maturidade leva o casal a entender e assumir sua função na família de forma voluntária, natural, sem confusão ou sobreposição de papéis. Não há como desconsiderar, aqui, a importância da criação dos filhos. Uma moça bem criada, preparada para o casamento, não terá dificuldade alguma em se submeter, salvo se se casar com um rapaz que tenha sido malcriado, ou seja, que não tenha aprendido a amar (Ef 5.28,29). A moça precisa vir da casa do pai pronta para sujeitar-se a um marido que esteja pronto para amá-la (Tt 2.3-5). Assim, nenhum dos dois viverá exigindo do outro que cumpra seu papel, impondo isso como condição para que exerça o seu. Isso está longe de ser a base para a formação de uma família ideal. É por isso que quem pretende se casar deve observar como se comporta como filho ou filha o rapaz ou a moça com quem espera viver o restante de sua vida. Quando não aprendemos corretamente na casa de nossos pais é no próprio casamento que temos de nos sujeitar à bigorna de Deus para aprender o papel que o Criador nos reservou. Um bom casamento, portanto, nasce de um processo de preparação que começa bem cedo, numa vida de obediência aos pais (Ef 6.1-3). Sem aprender a obedecer não há como aprender a se sujeitar e muito menos a amar. A filha rebelde não se sujeita. O filho desobediente tem dificuldade de amar. Na verdade, tanto a sujeição quanto o amor nascem na escola da obediência, pois ambos são mandamento de Deus. A insurreição da mulher quanto à sua submissão, além de poder ser fruto de uma criação que não atingiu sua finalidade, é resultado de sua desobediência a Deus. A resistência do marido em amar a mulher é decorrente do mesmo processo. Cabe aos pais, pela autoridade que receberam de Deus, ensinar seus filhos a obedecer amorosamente aos mandamentos do Senhor. O Criador deu aos pais o direito e o dever de ensinarem seus filhos, valendo-se da correção necessária para guiar-lhes no caminho da verdade, incutindo neles desde cedo os valores corretos. É uma constatação dura e que geralmente enfrenta nossa resistência, mas as crises conjugais não podem ser entendidas bem sem se considerar o histórico de criação de cada cônjuge. É certo que existem muitos outros fatores que influenciam um casamento, mas pode-se dizer que muitos conflitos conjugais começam no berço. É incrível como muitos pais, mesmo diante dos graves conflitos a que se submetem seus filhos, não consigam admitir a ocorrência de um erro sequer na criação. Ora, alguma coisa deu errado! Não se trata de lançar culpa diretamente aos pais, mas de se fazer um juízo de ponderação humilde e responsável, capaz de resultar em arrependimento e mudanças de atitudes que ainda possam reverter quadros traumáticos. É claro que muitos pais, mesmo tendo dado uma boa criação, se surpreendem com comportamentos estranhos dos filhos na vida conjugal. Os casos precisam ser considerados em suas peculiaridades. Mas muitas vezes se ouve dos pais a justificativa de que fizeram tudo certo, porque levaram seus filhos à igreja. Evidente que se trata de uma medida importantíssima, mas é uma resposta superficial, simplória. O que a Palavra de Deus requer dos pais é muito mais do que levar os filhos à igreja. Melhor seria se pudéssemos dizer que levamos não somente à igreja, mas o próprio Deus para nossa casa, para nossa convivência com os filhos. O ensino aos filhos deve ser um processo diário, contínuo, “assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 6.7). Deus tem um plano maravilhoso para todos nós. Qualquer que seja nossa história, Ele pode nos transformar dia após dia e dar-nos lares felizes, dentro de Seu projeto de família ideal. Fonte: Mensageiro da Paz Setembro/2017

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