A VOLTA DO FENÔMENO

sexta-feira, 13 de março de 2009

O fenômeno voltou. Que se dane o resto!
Nesta ultima semana só se tem falado uma coisa. Ronaldo voltou! Membros da fiel torcida corintiana, além de milhares de torcedores apaixonados pelo futebol, celebram entusiasticamente o regresso aos campos de futebol do fenômeno. A copa do mundo se aproxima e com ela o ressurgimento do patriotismo a La tupiniquim, cujo principal hit a ser cantado nas ruas será “orgulho de ser brasileiro.” Aliás, orgulho de que? Como bem afirmou Affonso Romano de Sant'Anna, eu tenho vergonha de ser brasileiro.
Tenho vergonha deste país promiscuo, onde o jeitinho é quem dita às regras. Tenho vergonha dos políticos safados que se locupletam do poder publico, enriquecendo suas contas bancárias lixando-se para as dores dos pobres e miseráveis. Tenho vergonha dos contrabandistas, dos cafetões e cafetinas de colarinho branco, dos que traficam influência, de assassinos, terroristas, corruptos de todos os tipos que transformaram esta nação em covil de salteadores.
Tenho vergonha de viver num país onde secretários municipais agridem pessoas. Tenho vergonha dos legisladores que cerceiam a liberdade de imprensa. Tenho vergonha de habitar na nação cuja taxa tributária é uma das mais altas do mundo. Tenho vergonha dos nossos deputados e senadores que continuam locupletando-se do dinheiro público enchendo a burra de um dinheiro que não lhes pertence.O escritor Português Eça de Queiros já dizia em 1871 “Estamos perdidos há muito tempo... O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo..."Bom, que bobagem isso não é verdade? Deixa isso para lá, o fenômeno voltou, que se dane o resto!Renato Vargens

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