sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Ceia do Senhor e o seu verdadeiro significado

“Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria. Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo. Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Por haver um único pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão. Considerem o povo de Israel: os que comem dos sacrifícios não participam do altar? Portanto, que estou querendo dizer? Será que o sacrifício oferecido a um ídolo é alguma coisa? Ou o ídolo é alguma coisa? Não! Quero dizer que o que os pagãos sacrificam é oferecido aos demônios e não a Deus, e não quero que vocês tenham comunhão com os demônios. Vocês não podem beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podem participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Porventura provocaremos o ciúme do Senhor? Somos mais fortes do que ele?” 1 Coríntios 10.14-22

O erro dos coríntios quanto à Ceia

No capítulo 10 de 1 Coríntios, Paulo aponta o erro dos coríntios quanto ao verdadeiro significado do memorial da Ceia do Senhor. E o erro era duplo, consistia na supervalorização e no menosprezo à ceia ao mesmo tempo.

Eles supervalorizavam a ceia ao acreditar que pelo simples fato de participar dela, estariam livres dos males das idolatrias praticadas por eles mesmos. Como se ela os imunizassem dos efeitos nocivos dos pecados da idolatria. Pelo simples fato de comer aquela ceia eles estariam isentos de suas responsabilidades como cristãos perante aquela sociedade idólatra. Comiam muito, porque criam que isso lhes traria alguma segurança espiritual independente da conduta que tinham lá fora na sociedade.

Por outro lado, menosprezavam a ceia por não entender o seu verdadeiro sentido. Por não entender que ela aponta uma comunhão com o Senhor com base no seu sacrifício vicário.

A ceia não é apenas um memorial

Ela não é apenas uma oportunidade de lembramos o dia da morte do Senhor Jesus. Ela é mais do que isso, é uma oportunidade de renovarmos a comunhão com ele, de renovarmos e reafirmarmos nossas convicções e esperanças em sua palavra.

Quando menosprezamos a ceia ao vê-la apenas como um memorial, ou quando supervalorizamos ao achar que comendo o pão e bebendo o cálice, estaremos imunes dos nossos pecados, cometemos um grave erro.

A idolatria, o grande problema da cidade de Corinto


1 Coríntios 10.7,14,19 e 28

(7) “Não sejam idólatras, como alguns deles foram, conforme está escrito: O povo se assentou para comer e beber, e levantou-se para se entregar à farra.”

(14) “Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria.”

(19) “Portanto, que estou querendo dizer? Será que o sacrifício oferecido a um ídolo é alguma coisa? Ou o ídolo é alguma coisa?”

(28) “Mas se alguém lhe disser: "Isto foi oferecido em sacrifício", não coma, tanto por causa da pessoa que o comentou, como da consciência.”

I - O erro da Supervalorização

O primeiro grande erro daqueles primeiros cristãos foi supervalorizar o poder da Ceia, ao achar que pelo simples fato de participar dela, estariam imunes aos efeitos nocivos dos pecados da idolatria.

Paulo percebe esse erro e compara ao erro de Israel quando peregrinou no deserto. Observe o capítulo 10 do verso 1 ao 7.

“Porque não quero, irmãos, que vocês ignorem o fato de que todos os nossos antepassados estiveram sob a nuvem e todos passaram pelo mar. Em Moisés, todos eles foram batizados na nuvem e no mar. Todos comeram do mesmo alimento espiritual e beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo. Contudo, Deus não se agradou da maioria deles; por isso os seus corpos ficaram espalhados (prostrados) no deserto. Essas coisas ocorreram como exemplos para nós, para que não cobicemos coisas más, como eles fizeram. Não sejam idólatras, como alguns deles foram, conforme está escrito: O povo se assentou para comer e beber, e levantou-se para se entregar à farra.”

Assim como muitos em Israel criam que podiam se salvar pelo simples fato de ter sido batizado na “Nuvem” e no “Mar” (água), comendo do mesmo alimento espiritual, e bebendo todos da mesma bebida espiritual, e depois acabaram por perecer no deserto, sendo prostrados, espalhados, mortos e engolidos por aquelas terras. Assim também muitos irmãos da igreja em Corinto achavam que pelo fato de ser batizados nas águas, e comer e beber a Ceia do Senhor, estariam salvos, imunes de suas responsabilidades diante de uma sociedade pagã e idólatra.

O erro deles não é diferente do nosso

Os corintos estavam enganados quanto aos super poderes da Ceia do Senhor. Pensavam que podiam passar a semana inteira comendo comidas sacrificadas aos ídolos, praticando atos ilícitos, se unindo aos demônios e depois ao comer e beber da Ceia estariam perdoados, crendo que nenhum mal viria afetar suas vidas, e estariam com a salvação garantida.

“O fato de ser batizado na “nuvem” ou no “mar”, ou de ter bebido da rocha ou comido do maná, isso não garantiu salvação aos filhos de Israel.”

Da mesma maneira, o fato de sermos batizados nas águas, ou na nuvem da glória do Espírito Santo, ou ainda que tomemos parte do carne e do sangue de Jesus Cristo, representados no pão e no vinho, todavia isso não nos garante imunidade, não nos garante salvação.

Podemos vir aqui hoje, comer o pão e bebermos o cálice, mas se a nossa vida estiver associada aos demônios e aos seus sacrifícios lá fora, ficaremos prostrados neste deserto e não poderemos entrar em Canaã.

Beber o cálice, comer o pão não lhe garante perdão. A ceia não tem o poder de perdoar pecados. Ela não tem o poder de salvar. Como também não tem o poder de proteger a ninguém das conseqüências de seus atos pecaminosos.

Muitos comeram o maná e beberam da rocha, mas caíram no deserto, ficando prostrados para a perdição. Por isso, não façamos da Ceia do Senhor um ato de purificação. Não pensemos que ao comer e beber dela, Deus deixará de lado nossa vida mundana.

Não é a Ceia do Senhor que irá te salvar, mas uma vida comprometida com a santidade de Deus.

Nenhum de nós hoje aqui está seguro, nenhum de nós é salvo. Estamos salvos, e estar é diferente de “ser”. E só seremos salvos se não prostrarmos, se não cairmos da graça. Por isso a palavra alerta que pensa dessa forma:

“Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” 1 Coríntios 10.12

II - O erro de menosprezar a Ceia do Senhor

Se por um lado eles supervalorizavam a Ceia do Senhor, por outro eles menosprezavam.

O segundo erro deles foi menosprezar a Ceia por não entender o seu verdadeiro sentido. Por não entender que ela é a porta para aproximação e partilha da comunhão com o Senhor.

Que o ato de participar do corpo e do sangue, ao comer um fragmento de pão e ao beber um cálice de vinho, produz na igreja comunhão. Que este ato renova as forças do crente para lidar e vencer o pecado de idolatria em todas as suas formas.

A Ceia do Senhor não deve ser trocada por nada. Deve ser um dia sagrado na vida de todos nós. Porque nutre a fé e renovas as esperanças da Igreja quanto à volta de Cristo.

Quantos fazem descaso da Ceia? Marcam eventos, fazem festinhas, programam viagens, vão a casamentos. Alegando que vão participar no dia posterior, ou em outra ocasião oportuna. Na verdade, a questão do dia não é problema, pode ser qualquer dia e qualquer hora da semana. Mas a questão é que ela deve ser celebrada com toda a Igreja reunida, como diz o texto, esperando uns pelos outros, que aponta para a reunião onde todos possam estar juntos, ao mesmo tempo, celebrando a Deus pelo mesmo fim: a morte, ressurreição e a iminente volta de Cristo.

Quando você participa da celebração da Ceia, suas convicções no Senhor são renovadas, sua conduta diante da sociedade melhora, você se torna um cristão animado, esperançoso, sua visão se volta para Cristo e para suas promessas.

A Ceia do Senhor nos ajuda a fugir da idolatria, do pecado. Ela gera em nós, firmes convicções de santidade e temor.

“Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria. Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo?” 1 Coríntios 10.14,16

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